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Investimento de milhões: como missões da Nasa desvendarão mistérios do Sol

Missões deverão explorar efeitos do Sol nas tecnologias atuais - Getty Images
Missões deverão explorar efeitos do Sol nas tecnologias atuais Imagem: Getty Images

Nicole D'Almeida

Colaboração para Tilt, de São Paulo

14/02/2022 17h01

A Nasa anunciou recentemente duas novas missões científicas para estudar o Sol. As duas têm o objetivo de compreender melhor a dinâmica do nosso astro-rei, o ambiente espacial em constante mudança e a conexão entre ele com nosso planeta — como, por exemplo, a influência no tamanho da Terra.

De acordo com a agência espacial estadunidense, as missões fornecerão informações importantes que ajudariam a proteger astronautas, satélites e sinais de comunicação, como GPS, além de insights mais profundos sobre o nosso universo.

"O MUSE e o HelioSwarm [nome das missões] fornecerão uma visão nova e mais profunda da atmosfera solar e do clima espacial", disse Thomas Zurbuchen, administrador associado de ciência na sede da Nasa, em comunicado.

"Essas missões não apenas estendem a ciência de nossas outras missões heliofísicas — elas também fornecem uma perspectiva única e uma nova abordagem para entender os mistérios de nossa estrela", completou.

A Nasa ainda não anunciou quando as missões serão lançadas. Contudo, explicou como cada uma irá funcionar.

MUSE

Com a missão MUSE, por exemplo, os cientistas esperam entender as forças que impulsionam o aquecimento da coroa do Sol e as erupções que ocorrem na região mais extrema da estrela — que é responsável pelo clima espacial.

Para isso, a agência destina um orçamento de US$ 192 milhões para a missão, que usará um instrumento poderoso chamado espectrômetro de múltiplas fendas. Com ele, será possível observar a radiação ultravioleta extrema do Sol, além de obter imagens em maior resolução da região de transição solar e da coroa do Sol.

Observações complementares de pesquisa heliofísicas e observações terrestres também serão fornecidas pela MUSE.

"A MUSE nos ajudará a preencher lacunas cruciais no conhecimento sobre a conexão Sol-Terra", disse Nicola Fox, diretor da divisão de Heliofísica na sede da Nasa, em comunicado.

A missão MUSE será liderada por Bart DePontieu, do Centro de Tecnologia Avançada Lockheed Martin (LMATC).

HelioSwarm

Já a missão HelioSwarm, consistirá em uma constelação de nove espaçonaves especiais que medirão em multiescala as mudanças no campo magnético do Sol e no vento solar, conhecido como turbulência do vento solar.

Esses ventos se espalham pela camada externa da atmosfera do Aol, chamada de heliosfera, e, a interação dos ventos solares com as magnetosferas dos corpos planetários e rupturas como ejeções de massa coronal, afetam a turbulência dos ventos solares.

Para estudar esse fenômeno em grandes áreas, são necessárias medições de plasma feitas ao mesmo tempo de diferentes pontos no espaço. Dessa forma, a missão HelioSwarm consistirá em uma espaçonave central e oito pequenos satélites em órbita. A principal manterá contato de rádio com cada pequeno satélite.

"A inovação técnica dos pequenos satélites do HelioSwarm operando juntos como uma constelação oferece a capacidade única de investigar a turbulência e sua evolução no vento solar", disse Peg Luce, vice-diretor da divisão de heliofísica, em comunicado.

A missão HelioSwarm terá um orçamento de US$ 250 milhões e será comandada por Harlan Spence, da Universidade de New Hampshire.