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Bateria de carro elétrico pode explodir? Sim, mas é raro

Estação de carregamento de carro elétrico - iStock
Estação de carregamento de carro elétrico Imagem: iStock

Barbara Mannara

Colaboração para Tilt*, do Rio de Janeiro

14/02/2022 04h00Atualizada em 14/02/2022 16h45

Ter um carro elétrico se tornou sonho de consumo para alguns consumidores. Um ponto forte é a sustentabilidade e a economia: veículos assim não emitem gases de escape, o que reduz a poluição local, e o custo do combustível (elétrico) é menor do que o da gasolina.

No entanto, dúvidas sobre a segurança quando o assunto é o carregamento da bateria dos EVs (veículos eletrônicos, em tradução livre) ainda causam dúvidas. Apesar de raros, casos de incêndios já foram registrados. A Tesla, marca do bilionário Elon Musk e referência para veículos elétricos, esteve envolvida em um episódio perigoso.

No final de 2021, um carro Tesla Model 3 entrou em combustão enquanto carregava sua bateria na garagem do proprietário, nos Estados Unidos. A notícia foi divulgada pelo canal de TV 6ABC. Ninguém ficou ferido e o motivo do incêndio ainda está sendo investigado.

Um caso semelhante aconteceu em julho de 2021. O site do jornal Washington Post noticiou o incêndio de um Tesla modelo S, que pegou fogo dentro da garagem do seu dono na Califórnia, Estados Unidos. Segundo a reportagem, riscos do tipo andam causando preocupação, pois algumas fabricantes de veículos elétricos alertaram os proprietários para que eles evitem deixar os carros carregando sem vigilância, ou até deixá-los totalmente carregados em garagens.

Empresas de automóveis como General Motors, Audi e Hyundai já chegaram a fazer um recall de veículos elétricos, alegando risco de incêndio, nos últimos anos.

"Não achamos que todo veículo tenha esse raro defeito de fabricação. Mas não podemos arriscar, então estamos fazendo o recall de todos os veículos", comentou o porta-voz da General Motors, Dan Flores, ao Washington Post.

Risco existe, mas é raro

Acidentes envolvendo explosões de carros elétricos não são tão comuns, segundo o EV FireSafe, projeto de pesquisa que tem como objetivo identificar os riscos de incêndio de bateria de lítio em EVs, principalmente quando o automóvel está conectado a um carregamento energizado.

De acordo com Emma Sutcliffe, diretora da iniciativa em Melbourne, Austrália, os estudos preliminares indicam baixa frequência nesse tipo de problema. A afirmação foi dada durante entrevista ao site notícias CNBC.

Uma pesquisa realizada pela seguradora de automóveis AutoinsuranceEZ aponta que os veículos elétricos apenas com bateria têm 0,03% de chance de pegar fogo, em comparação com a chance de 1,5% dos veículos com motor de combustão interna.

Já os veículos elétricos que são híbridos podem ser um problema maior. Eles possuem uma bateria de alta tensão e um motor de combustão interna, aumentando a porcentagem de risco de pegar fogo. Segundo o estudo, esses veículos têm uma probabilidade de 3,4% de incêndio.

E a vida útil das baterias?

O mercado de carros elétricos enfrenta ainda um grande desafio: fazer com que as baterias durem mais sem a necessidade de longas etapas de recarga. Um dos principais desafios é o alto custo para desenvolver algo viável em termos de produção e comercialização.

No Brasil, em média, os EVs podem ser completamente carregados em um prazo de 1 a 4 horas. A diferença ainda é grande, principalmente se considerar que leva menos de cinco minutos para encher um tanque com gasolina tradicional.

Um exemplo de a tecnologia de carregamento pode evoluir é com o modelo de carro Tesla SuperCharger. Ele promete carregar em 15 minutos o suficiente para percorrer 200 milhas (321 km). Sem dúvida é um mercado em que muita gente e empresas deverão ficar de olho nos próximos anos.

E, aí? As tecnologias do carro elétrico fazem você sonhar em ter um?

*Com informações dos sites The Next Web, Tesla e CNBC.