3G começa a ser desligado nos EUA, e tem gente com medo de 'bug do milênio'
A chegada da conexão 5G já começou a aposentar as conectividades mais antigas. O desligamento da rede 3G programado para começar nesta quarta-feira pela AT&T, uma das maiores operadoras dos Estados Unidos, causou preocupações.
Apesar de a companhia apontar que menos de 1% de seu tráfego de dados móveis é executado no 3G, o desligamento levantou o receio de que sistemas de segurança doméstica, alarmes de emergência pessoal para idosos, internet de automóveis e até o GPS de ônibus escolares parem de funcionar.
A operadora AT&T anunciou em 2019 sobre seus planos de desligar os serviços da rede 3G, para abrir espaço para os novos serviços 5G. Essa movimentação, no entanto, ficou mais lenta durante a pandemia, por conta do isolamento social, e muitas empresas que ainda dependiam do 3G não se atualizaram a tempo.
A previsão é que as grandes operadoras —AT&T, T-Mobile e Verizon— encerrem suas redes 3G já em 2022. A T-Mobile encerrará seu serviço 3G em 1º de julho e a Verizon planeja desligar essa conectividade até o final do ano.
Mas muitos serviços "periféricos", além dos smartphones, ainda dependem do 3G por falta de atualização.
Com o encerramento do 3G nos Estados Unidos, até 10% de todos os ônibus escolares públicos perderão GPS e serviços de comunicação, por exemplo. Os dados foram divulgados em um documento da AASA (Associação de Superintendentes Escolares).
Veículos mais antigos que possuem sistemas conectados podem perder a capacidade de receber notificações automáticas de colisão e outros recursos integrados que dependem da internet. Isso vale especialmente carros com mais de cinco anos.
Cerca de dois milhões de alarmes podem ficar offline. Ou seja, alarmes de incêndio, sistemas de intrusão e até dispositivos de alerta de emergência pessoal —utilizados por idosos ou deficientes— não poderão se conectar, segundo representantes da indústria de alarmes nos EUA.
"E as pessoas morrendo em suas casas? Eles vão pensar que seu dispositivo funciona, vão apertar o botão e não vai [o chamado de emergência] a lugar nenhum", disse John Brady, diretor operacional da Connect America, companhia que oferece alertas pessoais, em entrevista para o site de notícias Axios.
Um alto funcionário da Casa Branca disse ao site que o governo está "rastreando de perto os planos de transição 3G das operadoras e compartilha preocupações sobre o impacto potencial desses planos na função de segurança doméstica e dispositivos de alerta médico".
A operadora AT&T apontou que a ADT, uma das empresas de alarmes no mercado, conseguiu atualizar seus dispositivos para conexões mais modernas, mas outras companhias se concentraram em novas instalações ao invés de priorizarem as atualizações dos aparelhos antigos.
Mas, para parte dos dispositivos, a atualização dependeriam de não só de software (sistema operacional do carro), mas também de hardware (peças de rede do automóvel), o que é um processo mais trabalhoso e caro.
33 milhões usam 3G no Brasil
O Brasil registra mais de 33 milhões de acessos pelo 3G, segundo dados divulgados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Disso, mais de 20 milhões de conexões são de usuários e o restante são pontos de acesso, como maquininhas de cartões de crédito.
O leilão do 5G já aconteceu por aqui, em novembro do ano passado, e a implementação da internet rápida está prevista para este ano. No entanto, muitos serviços ainda fazem uso do 3G. Há muita gente ainda sem cobertura de internet móvel mais avançada (como 4G) ou que ainda usa modelos de celulares obsoletos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.