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Avanço da invasão da Ucrânia é registrado do espaço; veja imagens

Tropas russas seguem em direção à capital da Ucrânia, Kiev - Maxar
Tropas russas seguem em direção à capital da Ucrânia, Kiev Imagem: Maxar

Marcella Duarte

Colaboração para Tilt*, em São Paulo

28/02/2022 14h30Atualizada em 28/02/2022 18h06

Imagens de satélite feitas da órbita da Terra oferecem mais uma perspectiva dos conflitos na Ucrânia, enquanto as tropas russas marcham pelo país, com ataques em diversos locais desde a última quinta-feira (24).

É possível ver uma espécie de linha do tempo da invasão: o exército se concentrando nas fronteiras, depois seguindo para as cidades que se tornarão alvo, os estragos causados por mísseis, construção de de hospitais e pontes, o trânsito para fugir do país e todo o rastro de destruição das batalhas.

As imagens foram divulgadas pela empresa Maxar Technologies, que desde o final de 2021 tem acompanhado os movimentos militares da Rússia, conforme se aproximavam da Ucrânia.

Avanço das tropas

Os registros mais recentes, de domingo (27), mostram um grande comboio russo, de mais de 5 km de comprimento, na região de Ivankiv, a cerca de 60 km de Kiev. Com centenas de tanques de guerra, artilharia pesada e suprimentos, ele segue em direção à capital ucraniana.

Acredita-se que o principal objetivo da Rússia é cercar a cidade e derrubar o governo da Ucrânia.

O aeroporto Antonov, em Hostomel, Ucrânia, foi palco de uma das primeiras batalhas, por terra e ar. Nele, foi destruído o maior avião do mundo e carro-chefe da aviação do país, o cargueiro Antonov AN-225 "Mriya" (sonho, em ucraniano).

Imagens revelam como ficou o local após os russos tomarem o controle.

Imagens de satélite mostram avanço da Rússia contra Ucrânia

"A Rússia pode ter destruído nosso 'Mriya'. Mas nunca poderão destruir o nosso sonho de um Estado europeu forte, livre e democrático", disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, no Twitter.

Também é possível ver novos pontos de concentração de tropas e partida de comboios nas fronteiras, como na região de Brest, em Belarus, e em Belgorod, na Rússia.

Início

Imagens de satélites produzidas pela mesma empresa, nas primeiras horas da invasão, já haviam mostrado que a atividade militar russa se mostrava presente em diversos locais próximos a Ucrânia.

Os registros destacavam atividades significativas em Belarus, na Crimeia e no oeste da Rússia, de onde partiram boa parte dos ataques.

Foram vistos cerca de 150 helicópteros em um aeródromo de Chojniki, Belarus, e diversos veículos blindados no estaleiro de Eupatória, na Crimeia, posicionados aguardando ordem de ataque. As imagens também mostram a partida de equipamentos e tropas da região de Rechitsa, Belarus.

Também foi capturada a construção de uma ponte temporária sobre o rio Pripyat, a menos de 6 km da fronteira Belarus-Ucrânia, e de um grande hospital de campanha em um local de treinamento na fronteira com a Rússia, foram capturados.

A guerra cibernética

Em meio aos ataques russos, o site do Ministério da Defesa da Ucrânia e de dois grandes bancos estatais foram alvos de um ataque cibernético. Hackers desfiguraram as páginas e plantaram um malware destrutivo em redes de computadores ucranianas.

Os ciberataques podem não ser sangrentos como uma invasão terrestre, mas são capazes de destruir infraestruturas críticas de um país, como redes elétricas, bancos e comunicações. Por isso, a guerra da Rússia contra a Ucrânia também tem chamado a atenção para batalhas cibernéticas.

Além disso, ainda conseguem abalar a imagem de um país em meio às negociações diplomáticas em momentos de tensão, fazendo-o parecer inseguro e com governo fraco, apontou John Hultquist, chefe do setor de inteligência da empresa de segurança cibernética Mandiant, em entrevista ao Technology Review.

Especialistas também alertam que os ataques cibernéticos podem se espalhar para além das fronteiras da Ucrânia, atingindo outros países. Estratégicos, devem ser considerados parte da guerra, disse Adam Meyers, vice-presidente sênior de inteligência da CrowdStrike à CNET. "Eles são agora um componente da política."

*Com informações da agência de notícias Reuters e texto de Nicole D'Almeida