Com Rússia barrada e marcas 'pop' ausentes, chinesas são destaque na MWC
Após o cancelamento da edição de 2020 e uma versão híbrida esvaziada em 2021, a MWC (Mobile World Congress), maior feira de tecnologia móvel do mundo, voltou com força (quase) total ao formato presencial em 2022. Mas até aqui o conflito entre Rússia e Ucrânia tem dado o que falar.
Com a expectativa de receber, entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março, mais de 60 mil pessoas de 150 países, a organizadora do evento avisou o público assim que as portas se abriram de que empresas russas não fariam mais parte da lista de participantes.
"A GSMA condena fortemente a invasão russa na Ucrânia", disse Mats Granryd, diretor geral da GSMA, organizadora da MWC, em seu discurso de abertura. Em nota, a organização detalhou: não haverá "pavilhão russo" entre os exibidores, e algumas empresas do país foram banidas (nomes não foram divulgados).
Apesar do conflito no leste europeu e da pandemia de covid-19, o clima de volta à normalidade é forte. Mesmo com as restrições de entrada, como exigência de comprovante de vacinação e uso constante de máscaras PFF-2, as mais seguras, o público compareceu em peso ao evento.
Cadê meu celular?
Não se pode dizer os mesmos das marcas mais tradicionais na feira. A Samsung, que durante anos aproveitou a MWC para anunciar novos celulares, este ano levou apenas notebooks apresentados um dia antes, num evento paralelo, longe da Fira Gran Via, complexo de quase 200 mil metros quadrados onde o congresso é realizado anualmente.
Outros grandes nomes do mercado de celulares não deram as caras, como Asus, Sony, Motorola e Lenovo. Sem falar na sul-coreana LG, que costumava ser uma das principais atrações, mas desistiu de produzir telefones durante a pandemia.
Sobrou espaço então para novas e cada vez maiores empresas chinesas mostrarem a que vieram. Xiaomi, TCL e Realme levaram seus novos celulares ao evento, assim como outras grandes marcas com atuação na Europa, mas ainda longe do Brasil, como Oppo e ZTE.
Com estandes badalados, as chinesas mostraram produtos de ponta e também intermediários, além de acessórios poderosos como carregadores que levam o celular de 0% a 100% em 15 minutos.
Até a Huawei, que foi proibida de usar a versão comercial do Android em 2021, levou seus celulares com seu sistema próprio, o HarmonyOS, para a feira. A empresa é dona do maior estande em todo o mapa da MWC, ocupando mais da metade do primeiro pavilhão da Fira Gran Via.
No espaço, os destaques são as tecnologias de infraestrutura que a marca vende para clientes comerciais, como antenas 5G e cabos de fibra ótica. Num outro estande menor, em outro pavilhão no fundo da feira, ficam os telefones.
Apesar disso, a Huawei evita se posicionar como uma "representante" da China no evento. "Somos uma empresa privada, mas talvez sejamos hoje a empresa chinesa mais internacionalizada do mundo", diz o diretor global de cibersegurança da Huawei, o brasileiro Marcelo Motta.
"A China, em função do seu tamanho, tem todo um ecossistema de empresas, outras gigantes além da Huawei", acrescentou.
*O jornalista viajou a convite da Huawei.
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