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Wi-Fi 7.0: nova tecnologia promete conexão ultrarrápida e mais estabilidade

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Imagem: Freepik

Lucas Santana

Colaboração para Tilt, em São Paulo

02/03/2022 04h00Atualizada em 03/03/2022 08h11

Uma conexão wi-fi mais avançada está sendo desenvolvida pelo Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica (do inglês, IEEE), órgão internacional que gerencia esse e outros termos técnicos relacionados à eletrônica, e pelo The Wi-Fi Alliance, formado por grandes empresas da indústria para substituir a versão atual.

Chamado de Wi-Fi 7.0, o novo padrão anunciado pelas organizações deve permitir transferência extremamente rápida de dados -- de até 46 Gbps (Gigabits por segundo)— e mais dispositivos conectados ao mesmo tempo com maior estabilidade. Entenda a seguir as principais diferenças e o que pode mudar com a tecnologia.

Wi-Fi 6.0 vs Wi-Fi 7.0

Para se ter uma ideia, o padrão Wi-Fi 6.0, mais moderno utilizado atualmente, permite transferência de dados a até 9.6 Gbps. Com o Wi-Fi 7.0 então será possível fazer download de um título de videogame de 25 GB em apenas alguns segundos, por exemplo.

A próxima geração da tecnologia de conexão de internet também deve permitir mais dispositivos conectados a uma mesma rede de alta velocidade sem apresentar instabilidade ou quedas significativas de velocidade.

Confira a comparação das características técnicas:

  1. Velocidade de transferência: 9,6 Gbps (Wi-Fi 6.0) e 46 Gbps (Wi-Fi 7.0)
  2. Largura de banda: 160 MHz (Wi-Fi 6.0) e 320 MHz (Wi-Fi 7.0)
  3. Número de canais de largura de banda total: 7 (Wi-Fi 6.0) e 6 (Wi-Fi 7.0)
  4. Antenas multiusuário (MIMO): 8 (Wi-Fi 6.0) e 16 (Wi-Fi 7.0)
  5. Transmissão de dados: 1024-QA (Wi-Fi 6.0) e 4096-QAM (Wi-Fi 7.0)

Embora essa sopa de letrinhas dificulte as coisas, é importante saber que o número de canais e a largura de banda do wi-fi impactam diretamente a velocidade da conexão sem fio e quantos dispositivos podem se conectar a um ponto de rede sem sobrecarregá-la.

O Wi-Fi 7.0 ainda deve permitir que os roteadores de última geração tenham até 16 antenas para receber e transmitir dados, o que deve tornar a rede mais estável, mesmo com muitos dispositivos conectados a ela. Esses aparelhos também poderão transferir dados de forma mais eficiente devido aos avanços técnicos.

A mudança no padrão QAM destacado no item 5 — que significa modulação de amplitude de quadratura — aumenta a quantidade de informação transferida e melhora o espaço de cobertura da rede wi-fi, o que significa que a rede sem fio pode ficar mais estável mesmo em ambientes maiores e abertos, como estádios, praças e prédios públicos e outros locais onde muitas pessoas tentam se conectar ao mesmo tempo.

Quando o novo padrão deve chegar ao Brasil?

Como ainda está em desenvolvimento, o Wi-Fi 7.0 ainda deve levar alguns anos para aterrissar no país. Para se ter uma ideia, os roteadores Wi-Fi 6.0 ainda estão ganhando mercado por aqui. E não é todo celular ainda que é compatível com a sexta geração da tecnologia.

De qualquer forma, a boa notícia é que o Brasil já autorizou o uso da frequência eletromagnética de 6 GHz, a mesma utilizada para os roteadores wi-fi da nova geração. Esses aparelhos também devem ser compatíveis com padrões wi-fi atuais, como o 4.0, 5.0 e 6.0.

Os primeiros modelos de roteadores com o novo padrão devem chegar ao mercado asiático em 2023.