Por que Apple e Google removeram aplicativos para celular na Rússia
O Google anunciou nesta semana que removeu aplicativos de mídias afiliadas ao estado russo de sua loja virtual, a Play Store. A empresa de propriedade da Alphabet, que informou a retirada de conteúdo de mídias estatais russos de seus produtos relacionados a notícias, incluindo a ferramenta de busca Google News, agora excluiu os programas mobile do Russia Today (RT News) e Sputnik News.
A ação antecipa parte de uma das sanções impostas pela União Europeia contra a Rússia, e abrangerá todos os canais de distribuição e propaganda do país, incluindo plataformas online. As proibições do Google em relação à mídia estatal russa são limitadas apenas a União Europeia e ao Reino Unido, além de Ucrânia, Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça.
Até então, a empresa havia banido também o aplicativo RT News na Ucrânia a pedido do governo em Kiev e desativado outras ferramentas de trânsito ao vivo do Google Maps no país — usadas por militares russos para fornecer informação. A decisão antecipada acaba sendo uma forma de defesa aos civis ucranianos, já que o discurso institucional do Kremlin de justificar a guerra como uma "operação militar especial" teria menor veiculação na região.
A sanção legal será aplicada regionalmente, em vez de suspender suas contas globalmente. Na prática, isso significa que os canais e aplicativos não foram excluídos, mas apenas restritos, para evitar disseminação de informação com objetivos políticos.
Apple também restringe apps
Enquanto isso, a Apple confirmou medidas mais abruptas: a empresa que removerá os mesmos aplicativos da App Store, sua loja virtual, em todos os mercados fora da própria Rússia.
A decisão da gigante de Cupertino segue um pedido do vice-primeiro-ministro ucraniano, Mykhailo Fedorov, que escreveu uma carta diretamente ao CEO da Apple, Tim Cook, pedindo à empresa que interrompa as vendas de dispositivos na Rússia e bloqueie o acesso à App Store completamente.
Além disso, em uma mensagem enviada à AFP, a Apple diz que interrompeu as exportações para a Rússia na semana passada, suspendendo assim a venda de todos os seus produtos no país.
Outra medida adotada pela Apple foi desativar o tráfego e os "eventos ao vivo" no Apple Maps, na Ucrânia. A empresa vê como uma medida de segurança para os ucranianos, pois, tal como o Google Maps, as informações poderiam ser utilizadas por tropas russas.
Outras empresas
Outras empresas de tecnologia também estão adotando medidas contra a Rússia. A Microsoft já havia banido o RT News de sua loja de aplicativos do Windows e desclassificado fontes de notícias estatais em seu mecanismo de busca, o Bing. A empresa também tomou outras medidas, como proteção contra ataques cibernéticos e apoio a comunidades virtuais.
No início desta semana, o Twitter expandiu sua política de rotulagem para sinalizar tweets que contêm links para o conteúdo dos meios de comunicação russos globalmente, tentando, assim, reduzir sua visibilidade. A rede social se prepara para bloquear as contas das mídias estatais assim que a sanção da União Europeia entrar em vigor.
A Meta, dona do Facebook, também está restringindo o acesso à mídia estatal russa na Ucrânia e em toda a União Europeia. A empresa afirmou estar rebaixando o conteúdo da RT News e da Sputnik News em suas redes sociais, tornando-os mais difíceis de encontrar. O TikTok, utilizado amplamente por ucranianos para divulgar a realidade dos conflitos, confirmou o bloqueio geográfico do acesso a contas das mídias estatais russas na União Europeia.
As empresas de entretenimento também se preparam para suspender a distribuição de seu conteúdo da Rússia: Walt Disney Co., Universal Pictures e Sony informaram que seus lançamentos nos cinemas serão pausados no país. Já a Warner Bros. disse que não lançará seu próximo filme, "O Batman", no país. Por fim, a Paramount Pictures disse que também interromperá os lançamentos de seus próximos longas nos cinemas russos, incluindo "A Cidade Perdida" e "Sonic the Hedgehog 2".
Ao se registrar no país, a Netflix deveria cumprir uma lei que exige a transmissão de 20 canais de televisão federais russos, incluindo o Channel One e programação da Igreja Ortodoxa Russa na Rússia. Entretanto, a gigante dos streamings disse, nesta semana, que não seguiria a regra.
*Com informações de Reuters, TechCrunch e Los Angeles Times
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.