O que se sabe do ataque hacker à Nvidia para "ajudar gamers a minerar"
A Nvidia, conhecida por suas "placas de vídeo" para games, sofreu no final de fevereiro um ataque hacker que resultou no roubo de até 1 terabyte (equivalente a mil gigabytes) de informações sigilosas, com supostamente segredos industriais.
A ação foi reivindicada pelo grupo Lapsus$, que estaria envolvido no apagão de dados sobre a pandemia no site do Ministério da Saúde do Brasil. Desta vez, os hackers querem "ajudar a comunidade dos games" que também quer minerar criptomoedas.
Por trás da afirmação, está um limite imposto pela fabricante de processadores gráficos, muito usados por quem joga no PC, que atrapalha a mineração de criptomoedas. Veja abaixo o rolou:
Quem é a Nvidia?
Criada nos Estados Unidos em 1993, a Nvidia conquistou o mercado ao lançar, em 1999, a primeira GPU (sigla em inglês para "unidade de processamento gráfico") —outro nome para as placas de vídeo, que servem para processar gráficos e "poupar" a CPU (que executa as demais tarefas). Isso impede que o desempenho da máquina fique lento e afete o visual gráfico.
Por que atacar a Nvidia?
O interesse nos produtos da Nvidia aumentou agora que o interesse na mineração de criptomoedas cresceu substancialmente. As placas ajudam a tornar esse processo muito mais rápido e, consequentemente, mais lucrativo.
No comunicado que o grupo de hackers deixou, havia uma exigência: que a empresa permita que suas GPUs realizem mineração de forma rápida. Ou seja, que seja removida a função chamada LHR, sigla em inglês para "taxa de hash baixa".
Essa taxa de hash mede a quantidade de operações que uma rede de mineração de criptomoedas é capaz de realizar. O limite foi adotado há um ano para evitar que as GPUs fossem usadas para outros fins que não os games e não houvesse falta do produto para os jogadores. Outra linha de processadores, voltada ao mercado de criptomoedas, foi lançada.
Mas sempre tem quem queira fazer as duas coisas, jogar e minerar, com uma placa só. Daí a revolta.
O que diz a Nvidia
De forma discreta, a empresa confirmou nesta semana ter sido vítima do que chamou de "incidente de cibersegurança" e disse ter notificado as autoridades sobre o ocorrido.
A Nvidia informou ainda que não tem evidência de que houve uso de ransomware (software maligno que sequestra dados para pedir resgate) no seu ambiente, e que não há qualquer indicação de que essa invasão tem alguma relação com o conflito entre Rússia e Ucrânia, como alguns chegaram a especular.
O que a empresa diz é que alguém utilizou credenciais de funcionários para capturar informação proprietária da empresa e passou a vazar esse tipo de dado na internet.
"Não prevemos qualquer disrupção nos nossos negócios nem em nossa habilidade de servir nossos clientes como um resultado desse incidente", diz o comunicado oficial da fabricante.
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