Topo

Guia de Compras

As dicas que te ajudam a escolher o produto que faz mais sentido na sua vida


Como escolher um celular? Guia de Compras Tilt ajuda a escolher um modelo

Abinoan Santiago

Colaboração para Tilt, em Florianópolis

09/03/2022 04h00

São muitas marcas, diversos modelos e lançamentos quase todos os meses. Não é fácil escolher um celular novo, mas o lado bom é que hoje existem opções para quase todos os bolsos e gostos.

Apesar da variedade, é importante entender algumas configurações para saber a qual categoria o celular pertence e com quais ele é comparável. Isso ajuda a decidir que o preço está mesmo valendo a pena e se o modelo atende às suas necessidades.

Veja abaixo as cinco principais configurações para analisar antes de comprar um novo celular.

guia tilt celular - Eric Fiori/Arte UOL - Eric Fiori/Arte UOL
Imagem: Eric Fiori/Arte UOL

1. Processador

Tudo o que você faz no celular passa por um componente: o processador. É um chip responsável pela execução de qualquer atividade. no aparelho. Ele é tão importante que Apple e Google, dona do Android, passaram a fabricar os seus próprios processadores, antes terceirizados, para tentar garantir chips cada vez mais alinhados com seus softwares.

Quanto melhor é o processador, mais rápidas são as execuções dos comandos no telefone, como abrir um aplicativo ou jogar um game pesado.

Segundo Ciro Pitz, professor de telecomunicações da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a classificação do processador geralmente está alinhada com a categoria do smartphone, porque o componente representa parte significativa do custo do dispositivo.

"Um smartphone de baixo custo normalmente vem equipado com um processador de baixo custo, porque é pensado para atividades simples", explica.

Mas, ressalta o professor, o processador de baixo custo tende a ficar obsoleto mais rapidamente que os modelos intermediários ou avançados, especialmente agora que a atualização do sistema operacional e dos aplicativos costuma ser constante.

Por exemplo, um iPhone 12 Pro usa o processador A14 Bionic, considerado pela própria Apple como o mais avançado que ela já fez. Ele aumentou em 40% a capacidade de desempenho do celular em relação aos modelos anteriores de iPhone e permitiu editar vídeos em 4K com facilidade.

Já o recém-lançado Galaxy S22, da Samsung, usa o processador Exynos 2200, o que acaba transformando o aparelho em um "celular gamer", ou seja, tão potente que dá conta de um jogo que exige o máximo de recursos.

Fica, então a dica, como referência. Os melhores processadores, encontrados nos tops de linha, costumam ser:

  • Apple Bionic (A13 ou superior)
  • Snapdragon (865 ou superior)
  • Exynos (2000 ou superior)

2. Memória RAM e armazenamento

Se o processador é o coração, a memória pode ser considerada o cérebro do telefone. É onde ficam os dados que agilizam o trabalho do processador —e, consequentemente, deixam o dispositivo mais rápido.

Se quiser um celular que não trave muito, preste muita atenção no tamanho da memória RAM. Existem hoje no mercado opções de 4 GB a 12 GB —caso do Galaxy S22 Ultra.

Escolha de acordo com o que você precisa: para tarefas do dia a dia, como acessar redes sociais e aplicativos de mensagem, 4 GB de memória RAM são suficientes.

"Agora, para quem depende dos seus smartphones para trabalhar, editar fotos e vídeos e rodar jogos mais pesados, opções que partem dos 6 GB são mais interessantes", diz Felipe Moraes, coordenador de experiência do usuário da Leapfone, empresa de aluguel de smartphones.

Se você é daqueles que armazena todas as fotos e vídeos no aparelho, muita atenção à memória interna. Os modelos podem ter de 16 GB a 1 TB. Em breve, a expectativa é de que celulares já tenham até 2 TB de capacidade.

A qualidade das fotos tiradas nos celulares é cada vez maior e, consequentemente, elas andam cada vez mais pesadas. Sem falar nos vídeos, que viraram um hábito e também exigem muito espaço de armazenamento.

"O mínimo oferecido nos dispositivos de baixo custo é de 16 GB ou 32 GB, o que é insuficiente até para quem usa o celular só para atividades simples. As fotos já exigem maior capacidade, então é recomendado de 64 GB ou 128 GB", explica Ciro Pitz, da UFSC.

3. Câmera

As fabricantes costumam fazer bastante propaganda no número cada vez maior de câmeras e seus muitos megapixels. Isso é importante e oferece mais funções para quem curte fotografar, mas não define se o celular fará as melhores fotos.

O megapixel diz quanto de resolução a foto alcança —ou quanto ela poderia ser ampliada sem perder definição.

Os cliques no iPhone 13, que tem 12 megapixels, são consideradas por especialistas melhores que outros celulares que contam com mais megapixels nas câmeras, por exemplo.

Isso acontece porque a Apple investe em lentes de muita qualidade e em sensores capazes de detectar a quantidade de luz, o tipo de objeto a ser fotografado e o movimento.

Hoje em dia, grande parte da beleza da foto é garantida no pós-processamento da imagem. Câmeras com algoritmos movidos a inteligência artificial e machine learning podem consertar ou ajustar inúmeros pontos e equilibrar cor, luz, contraste, brilho e nitidez.

"No caso do iPhone, o conjunto de sensores aliado ao processador garante um ótimo tratamento após a captura da imagem. Por isso, ele é capaz de entregar fotos tão vivas mesmo com poucos megapixels", explicou Moraes, da Leapfone.

4. Tela

Se gosta de assistir séries e filmes no celular, uma tela que te acompanhe pode fazer muita diferença.

Este é um componente que "está muito associado ao perfil do usuário", segundo Pitz. Em outras palavras, vai do gosto. Tem que ame telas gigantes, tem quem prefira um celular que encaixa no bolso da calça.

Caso queira investir, olhe para resolução, taxa de atualização e nível de brilho e contraste.

As telas de LCD, as mais comuns nos celulares, trazem mais definição de imagem, mas consomem mais bateria.

Também existem a IPS, capazes de entregar imagens iguais a de LCD, só que com menos gasto de energia.

Já as telas com a tecnologia Oled ou Amoled não têm um painel aceso atrás e emitem luz própria. Com isso, gastam menos bateria mantendo a qualidade máxima da imagem —por isso, são consideradas as mais avançadas que existem.

As telas Amoled são mais sensíveis ao toque que as Oled, com imagens mais limpas e fluidas, explica Moraes.

Já a taxa de atualização, medida por Hertz (Hz), determina a quantidade de vezes que o celular é capaz de exibir uma nova imagem.

Um vídeo, por exemplo, reproduz várias imagens paradas numa velocidade que forma a animação. A taxa de atualização mede essa rapidez. Quanto maior for a quantidade de Hertz, melhor se tornará a experiência para reprodução de imagens em movimento.

A taxa de atualização da tela padrão de 60 Hz e isso é suficiente para a maior parte dos usuários.

"Quem deseja uma experiência de vídeo mais fluída, principalmente em jogos, devem escolher uma tela que tenha taxa de atualização igual ou superior a 120 Hz", ensina Pitz.

5. Bateria

Agora, nada do que foi falado funciona se o celular não estiver ligado. Bateria faz toda a diferença na experiência com o modelo que você vai escolher. Ninguém mais aguenta ficar sem carga no meio do dia.

Para saber o quanto você precisa, verifique na ficha técnica do aparelho a unidade de medida "mAh" (miliampere-hora).

Quanto maior, mais tende a durar a bateria —embora sistemas operacionais mais avançados consigam um equilíbrio entre a energia disponível e o gasto feito por apps, tela e processamento. Isso pode fazer bastante diferença no resultado final, mas também pode significar que o celular custa bem mais caro.

Uma bateria maiorzona também pode ser sinônimo de um celular bem pesado. É por isso que as fabricantes precisam dosar na escolha.

De qualquer forma, uma bateria de 1.500 mAh dificilmente vai durar mais que três horas com uso cotidiano do celular.

Celulares intermediários já costuma ser equipados com baterias de 4.000 mAh, o que, em geral, é suficiente para um dia todo longe da tomada —em aparelhos que não exigem tanto processamento e qualidade de imagem na tela, como os dessa categoria.

Mas já existem smartphone com 7.000 mAh, como é o caso do Samsung Galaxy M51, o que daria para ficar até três dias longe da tomada.