Rússia não abandonará astronauta dos EUA no espaço; entenda
Depois de rumores e até memes envolvendo o assunto, a Rússia anunciou que não vai abandonar o astronauta norte-americano Mark Vande Hei no espaço. Ele trabalha atualmente na ISS (Estação Espacial Internacional) e em breve retornará à Terra em uma nave russa. No momento, há quatro tripulantes dos Estados Unidos, um da Alemanha, e dois da Rússia.
Vande Hei foi enviado à estação em abril de 2021, muito antes do atual conflito na Ucrânia fazer com que aumentassem as tensões entre os Estados Unidos (e seus aliados ocidentais) e a Rússia, hoje bastante isolada no cenário internacional. Contudo, segundo a Roscosmos, agência espacial russa, ela cumprirá o combinado trazer a tripulação prevista de volta.
A chegada acontecerá no Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, em 30 de março. "A Roscosmos jamais deixou que qualquer um duvidasse de sua confiabilidade como parceira", afirmou o órgão em comunicado, noticiado pela TASS, maior agência de notícias do país liderado por Vladimir Putin.
Por que acreditaram que o astronauta ficaria por lá?
Como EUA e Rússia estão rompendo relações em diversas áreas, surgiu um rumor de que o astronauta poderia ser envolvido numa espécie de "retaliação" russa. Afinal, Vande Hei retornaria para cá na espaçonave russa Sayouz MS-19, junto a Anton Shkaplerov e Pyotr Dubrov, ambos da Rússia.
Esses rumores ganharam ainda mais força quando, no início deste mês, a agência de notícias estatal russa RIA Novosti publicou um vídeo satirizando o assunto.
O conteúdo, descrito como "cômico" nas redes sociais da agência, mostrava os cosmonautas dando tchau para Vande Hei. Em seguida, o segmento russo da Estação Espacial Internacional era desencaixado da estrutura e pessoas na central de controle russa apareciam aplaudindo o gesto.
No final do vídeo, aparecia a inscrição: "baseado em fatos irreais".
"Treta espacial"
A parceria da Roscosmos com a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, é longa— dura mais de duas décadas. No entanto, desde o início dessa parceria, nada a abalou tanto quanto o início do conflito travado na Ucrânia há quase um mês.
A ISS tem um segmento russo e um norte-americano, mas os tripulantes convivem livremente, e um lado depende do outro: a energia para funcionar e o suporte de vida são fornecidos pelos EUA. O lado russo fornece os motores para manter a estação em órbita e fazer manobras necessárias.
Nos últimos dias, o diretor russo Dmitry Rogozin tem até pedido ajuda dela para que algumas das sanções contra o país sejam revistas, já que as punições impactam diretamente na cooperação entre elas na Estação Espacial Internacional.
E nem todos nos EUA levaram na brincadeira o vídeo divulgado pela RIA Novosti. Por exemplo, o astronauta Scott Kelly manifestou sua insatisfação no Twitter em entrevista ao jornal Wall Street Journal.
"Meio que me deu raiva ver que o país com o qual estamos em parceria internacional por 20 anos se deu ao trabalho de fazer um vídeo para ameaçar deixar para trás um dos membros da tripulação sobre a qual eles são responsáveis", disse.
Aliás, um dos que compartilhou o vídeo nas redes sociais foi o próprio Rogozin, o que deixou os americanos ainda mais indignados com a brincadeira. O chefe da Roscosmos, é claro, é considerado próximo a Vladimir Putin, o líder da Rússia.
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