Air fryer, forno elétrico ou a gás: qual ajuda a economizar nas contas?
As air fryers gastam muito a conta de luz? Essa é uma dúvida comum entre quem usa muito o aparelho e quem deseja levar para casa o eletrodoméstico. Isso vale especialmente no momento que estamos no Brasil, com bandeira tarifária de Escassez Hídrica valendo desde o ano passado. Com ela, se cobra R$ 14,20 a mais a cada 100 kWh consumidos.
Ao mesmo tempo, o preço do gás — tão usado na cozinha —não é dos mais convidativos. A dúvida então sobre o consumo das air fryers geralmente vem acompanhada de uma comparação com outros dois aparelhos: os fornos convencionais e os fornos elétricos. Afinal, qual deles acaba sendo mais vantajoso?
Antes de mais nada é importante saber que: segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), a média de preço do botijão nos últimos seis meses de 2021 foi de R$ 95, levando-se em conta todo o país. Já o gás liquefeito de petróleo (GLP), usado em sistemas de gás encanado, tem tarifa variável - em São Paulo, a Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) cobra R$ 3,07 por metro cúbico.
Com isso em mente, Tilt entrou em contato com especialistas para responder as dúvidas.
Questão de eficiência
Primeiramente, calcular de maneira exata o consumo de cada um dos aparelhos seria uma tarefa bem complicada, explica João de Sá Brasil Lima, professor de engenharia mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).
"Não existe uma resposta direta, são necessários cálculos para cada caso e garantir que, por exemplo, os fornos tenham o mesmo tamanho e que seja possível cozinhar a mesma quantidade de alimentos", afirma o docente.
A situação ganha uma camada extra de complexidade se considerarmos que as air fryers funcionam de maneira diferente dos fornos. Nelas, ocorre um processo chamado convecção, já que o ar quente circula em alta velocidade ao redor do alimento.
"É um processo parecido com as frituras e diferente dos fornos convencionais, tanto a gás quanto elétricos, que aquecem lentamente o alimento, cozinhando de maneira uniforme", explica Milene Galeti, professora do departamento de engenharia elétrica da FEI.
Se considerarmos a situação descrita por Lima, no entanto, a vantagem tende a ser das air fryers.
Isso tem a ver com eficiência: em equipamentos elétricos, normalmente, a temperatura de funcionamento é atingida mais rapidamente. Soma-se a isso o fato de que a air fryer trabalha com um compartimento menor do que o de fornos a gás e elétricos, o que potencializa o seu funcionamento. Por isso, o produto tende a fazer determinados alimentos de forma mais rápida, logo não necessita tanto da energia elétrica.
Depois dela viriam os fornos elétricos, pelo mesmo motivo citado acima. "Eles se equivaleriam aos fornos de GLP no cenário atual. Depois deles, os fornos de GN seriam os de custo mais elevado", explica Galeti.
E para o futuro?
Mesmo com a variação de preços, a vantagem dos aparelhos elétricos deve continuar. Segundo os especialistas, a tendência é de equipamentos nessa linha serem levemente mais econômicos, mesmo com o preço da energia em alta. Mas isso, claro, tem que levar em consideração o tipo de aparelho.
"Pensando somente em fornos e fogões, a tendência é que, no longo prazo, os elétricos compensem mais. Por outro lado, se forem chuveiros e aquecedores, aí os aparelhos a gás são mais vantajosos. Qualquer análise mais precisa, porém, exige cálculos que levam em conta variáveis como tempo e frequência de uso", diz Lima.
Esse último trecho também vale para as air fryers, já que elas costumam ser usadas por períodos curtos e, nem sempre, de forma diária.
Outro aspecto a ser levado em conta é o impacto ambiental do tipo de fonte energética utilizada. Aqui, novamente, as air fryers e fornos elétricos ficam em vantagem.
"No Brasil, mais de 80% da geração de energia elétrica é proveniente de fontes renováveis. Logo, considerando a redução das emissões, vale a pena apostar em aparelhos elétricos sempre que possível", conclui Galeti.
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