Nova imagem do James Webb surpreende cientistas por 'perfeição' de estrela
A Nasa, agência espacial dos EUA, divulgou hoje (16) detalhes da nova fase do processo de alinhamento dos espelhos do telescópio espacial James Webb. Uma imagem de demonstração, com uma estrela brilhante no centro, revela detalhes incríveis do Universo — que os cientistas não esperavam registrar.
O objetivo era focar apenas na genérica estrela 2MASS J17554042+6551277, com seus belos raios de difração, mas os equipamentos se revelaram tão sensíveis (e avançados) que conseguiram também fotografar outras estrelas (pontos) e até galáxias (ovais), ao fundo, com nitidez.
Como o registro foi feito
Alguns dos maiores telescópios terrestres usam espelhos segmentados, mas o James Webb é o primeiro a usar essa tecnologia no espaço. Seu grande espelho primário, de 6,5m de diâmetro, é fragmentado em 18 partes hexagonais de espelhos de berílio sólido — um dos metais mais resistentes, estáveis e duráveis.
Em sua etapa inicial de trabalho, chamada de calibração fina, o telescópio tinha como objetivo avaliar o alinhamento desses 18 segmentos. Todos tinham de estar alinhados como se fossem um só, com a precisão de um fio de cabelo humano, para produzir uma imagem unificada da mesma estrela.
Missão cumprida com mais que sucesso.
O registro foi feito pela NIRCam (Near Infrared Camera), tecnologia de captura de imagens que opera em frequências infravermelhas, invisíveis ao olho humano.
As imagens capturadas são, originalmente, em preto e branco. A estrela e outros corpos celestes não são de fato vermelhos — foi utilizado um filtro para aumentar o contraste visual.
Colmeia espelhada
Uma característica marcante do James Webb é que os espelhos juntos foram uma enorme colmeia refletora. A NIRCam também tirou uma selfie dos espelhos:
Como o telescópio foi lançado
O telescópio foi lançado dobrado, para caber no foguete, no último dia de Natal (25 de dezembro). Depois, foi cuidadosamente desdobrado no espaço.
Agora, há um processo de meses para ajustes e calibração. Apenas em julho ele deve estar totalmente operante, e pronto para registrar suas primeiras imagens "valendo" do Universo.
O James Webb é o sucessor do Telescópio Espacial Hubble, que nos últimos 30 anos foi nosso olho no espaço.
A tecnologia não só fará imagens com mais resolução e nitidez, como enxergará coisas nunca antes vistas. O Hubble, com um espelho de 2,4m de diâmetro, opera em comprimentos de luz visível e ultravioleta, e apenas uma faixa limitada de infravermelho.
"As imagens que vemos hoje são tão nítidas quanto as que o Hubble pode tirar, mas estão em um comprimento de onda de luz que é totalmente invisível para ele", disse Jane Rigby, astrofísica da Nasa, na transmissão ao vivo que apresentou os resultados.
Como as ondas infravermelhas são mais longas, o James Webb consegue ver mais longe e, consequentemente, enxergar o passado. O grande objetivo é registrar as primeiras estrelas e galáxias do Universo, além de sondar planetas distantes possivelmente habitáveis.
O novo telescópio é um projeto conjunto das agências espaciais dos Estados Unidos (Nasa), Europa (ESA) e Canadá (CSA).
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