Taxa de celular e laptop ficará menor, mas vai demorar para sentir mudança
O Ministério da Economia anunciou uma redução de 10% no imposto de importação para equipamentos de informática (como notebooks) e telecomunicações (como celulares) a partir de 1º de abril. Apesar da boa notícia que, segundo o governo, poderá causar um desconto de até 5% no valor final dos produtos, o barateamento deve demorar para chegar no bolso do consumidor.
Segundo Daniel Voltarelli, analista de mercado da consultoria IDC Brasil, a redução não deve baratear os produtos logo de cara por alguns fatores: "as empresas têm estoque de 4 a 16 semanas, então elas só devem ter este desconto na próxima leva de compras", explicou em conversa com Tilt.
Em torno de 1.495 produtos, incluídos os subtipos, terão a alíquota de importação reduzida a partir de abril. Um eletrônico tarifado em 16% passará a ser tarifado em 14,4%, como será o caso de notebooks e celulares.
Em nota, o Ministério da Economia afirma que a medida vai reduzir custos e aumentar a competitividade de diversos setores da economia e consumidores, que pagarão menos para comprar os itens envolvidos na nova taxação.
Para Voltarelli, do IDC, a medida do governo parece ser mais uma forma de conter a alta dos preços do que baratear os produtos. "No curto prazo, não deve haver alteração nos valores praticados pelas empresas, e a intenção [do governo] parece ser justamente a de auxiliar para que os valores não sejam ainda mais altos para o consumidor".
Por causa da desvalorização do real no último ano, esses produtos tiveram alta considerável de preços no país. Ao todo, o corte no imposto provocará perda de arrecadação de R$ 1,4 bilhão neste ano.
Fatores como dólar alto, inflação e alto preço do combustível —que impacta diretamente no transporte de mercadorias— devem influenciar ainda mais o preço de produtos.
Fabricantes locais não curtiram
A Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), que representa empresas que fabricam computadores e celulares no Brasil, critica a ação, pois a entidade diz que empresas que fabricam produtos no território nacional serão prejudicadas — já que a menor taxa só vale para produtos importados.
A redução de imposto, segundo eles, é válida apenas para o produto final, e não para itens da cadeia produtiva.
A entidade argumenta que o governo deveria fazer também um corte nos insumos, e não só nos bens finais. Além disso, a Abinee diz que mantém reuniões periódicas com o ministério e que, em nenhum momento, foi mencionado este corte no imposto de importação.
"Essa decisão quebra a confiança no diálogo e aumenta a insegurança jurídica, o que afeta qualquer intenção de investimento e de reindustrialização no país", explicou o presidente da Abinee, Humberto Barbato, em nota enviada a Tilt.
Barbato ressalta que medidas para reduzir os custos de produção no país têm ocorrido, mas não no mesmo ritmo da redução das tarifas de importação.
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