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Como vai ser o home office no metaverso? Mark Zuckerberg dá uma ideia

Workrooms, ambiente de trabalho virtual no metaverso - Divulgação/Meta
Workrooms, ambiente de trabalho virtual no metaverso Imagem: Divulgação/Meta

Ellen Alves

Colaboração para Tilt*, do Rio de Janeiro

07/04/2022 15h59

Um novo espaço para "atender chamadas do Messenger, ler emails ou trabalhar em seu próximo grande projeto". Foi assim que Mark Zuckerberg, CEO da Meta, apresentou hoje (7) seu conceito de home office para o metaverso.

Ele pode ser visto em 360° no post abaixo, que ele publicou no Facebook, sobre a mais recente atualização de Horizon Home, o "espaço social" que serve de ambiente principal para o Quest 2, óculos de realidade virtual da Meta.

De acordo com Zuckerberg, um número cada vez maior de pessoas estão usando headsets de realidade virtual no lugar de computadores, e atualizações como essa estão tornando mais fácil ser produtivo, "não importa o lugar".

Segundo o site Engadget, cerca de 10 milhões de unidades do Quest 2 já foram vendidos. Por outro lado, apenas 300 mil usuários utilizaram o Horizon Home desde seu lançamento, em dezembro.

No Horizon, há um segmento específico para a criação de ambientes de trabalho: o Workrooms. Nele, ainda há poucos aplicativos disponíveis, como Facebook e Instagram (ambos da Meta, ambos ainda em versão beta).

Para trabalhar, de fato, há um app de planilhas (chamado Smartsheet), outro de colaboração visual (MURAL), outro para emails (Spike) e versões virtuais do Dropbox (armazenamento e transferência de arquivos) e do Slack (troca de mensagens). Para se ter uma ideia, o Spike sequer permite anexar arquivos ao email.

"Quem vai perder tempo com isso?"

Como era de se esperar, a reação do público ao futuro do trabalho no metaverso foi bastante crítica.

"Eu realmente não vejo sentido. Por que você precisa fazer trabalho de escritório em um mundo virtual? Visualmente tá ótimo, claro, mas é só isso", comentou um usuário no post de Zuckerberg.

Outro sequer elogiou a aparência (que, de fato, parece bem consevadora, considerando que o metaverso permitiria, literalmente, qualquer visual que a imaginação desejasse). "Que primitivo e antiquado. Parece os espaços futuristas dos anos 80. Quem em sã consciência vai perder tempo com isso?", escreveu o usuário.

"Parece muito intrigante, mas minha única apreensão é que viver em realidade virtual pode prejudicar o poder analítico cognitivo do cérebro humano", afirmou outro. E continuou: "O lucro ou interesse do mercado não deveria ser a única razão [para investir no metaverso], e sim a humanidade como um todo."

US$ 10 bilhões no metaverso

O interesse por um espaço de trabalho no metaverso é até discutível. Mas o interesse por realidade virtual, não: ele aumenta a cada ano.

A International Data Corporation (IDC) informou que mais de 11,2 milhões de headsets de realidade virtual e realidade aumentada foram vendidos em 2021, um aumento de 92,1% em relação ao ano anterior.

O Quest 2 é atualmente o headset RV mais vendido do mundo, mas isso pode mudar quando Sony, Apple e outros gigantes da tecnologia entrarem no mercado.

Embora não tenha sido divulgado o quanto a Meta gastou no desenvolvimento do Meta Quest 2, a empresa planeja investir pelo menos US$ 10 bilhões em projetos de metaverso somente este ano.