Twitter tem viés contra fake news, não contra conservadores, diz estudo
Rayane Moura
Colaboração para Tilt, em São Paulo
20/04/2022 11h22
Um estudo feito pelos pesquisadores Qi Yang, Mohsen Mosleh, Tauhid Zaman, David Rand aponta que o Twitter não é tendencioso contra conservadores, e sim contra desinformação.
O estudo, feito pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, a University of Exeter Business School e a Universidade Yale, investigou um possível viés político nos padrões de suspensão de contas.
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Primeiro, eles identificaram um conjunto de 9 mil usuários do Twitter politicamente engajados, tanto de democratas quanto de republicanos, em outubro de 2020. Ambos foram acompanhados durante os seis meses após a eleição de 2020 nos EUA.
"Nesse período, enquanto apenas 7,7% dos usuários democratas foram suspensos, cerca de 35,6% republicanos foram suspensos. Os usuários republicanos, no entanto, compartilharam substancialmente mais notícias de sites de desinformação - conforme julgado por verificadores de fatos ou grupos de pessoas politicamente equilibrados - do que os usuários democratas", diz a pesquisa.
Logo, eles concluíram que os republicanos eram mais propensos a serem suspensos do que os democratas por seu comportamento na rede, e não por seu viés político.
O Twitter, assim como outras redes sociais, é constantemente acusado por membros do Partido Republicano de persegui-los, exclusivamente em retaliação à sua postura ideológica mais conservadora.
Os dados da plataforma indicam que, de fato, mais republicanos são suspensos do que democratas. Mas a pesquisa agora atesta que "a assimetria observada pode ser explicada inteiramente pela tendência dos republicanos de compartilhar mais informações erradas".
"Embora o apoio à ação contra a desinformação seja bipartidário, o compartilhamento de desinformação - pelo menos neste momento histórico - é fortemente assimétrico entre os partidos", continua o documento.