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Inteligência artificial consegue prever retorno de câncer em pacientes

Estudo com inteligência artificial focou em casos de câncer de pulmão - da-kuk/iStock
Estudo com inteligência artificial focou em casos de câncer de pulmão Imagem: da-kuk/iStock

Colaboração para Tilt

25/04/2022 10h03Atualizada em 25/04/2022 13h44

Médicos e pesquisadores conseguiram desenvolver uma ferramenta de inteligência artificial (IA) capaz de prever com precisão a probabilidade de tumores voltarem a crescer em pacientes com câncer.

É o que diz um estudo inédito do Royal Marsden NHS Foundation Trust, do Instituto de Pesquisa sobre o Câncer, de Londres, e do Imperial College London, publicado na revista eBioMedicine, da The Lancet

A IA também permite que a recorrência seja detectada mais cedo em pacientes considerados de alto risco. Dessa forma, é possível garantir que eles recebam tratamento com mais urgência. E, nos casos de baixo risco, é possível reduzir a ocorrência e a frequência de idas ao hospital para exames de acompanhamento desnecessários.

Mais eficiente que os métodos tradicionais

No estudo, foi desenvolvido um modelo de aprendizado de máquina para determinar se seria possível identificar quais pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC) tratados com radioterapia tinham risco de recorrência.

Os pesquisadores usaram dados clínicos de 657 pacientes com NSCLC tratados em cinco hospitais do Reino Unido e adicionaram vários outros fatores prognósticos, como idade, sexo, índice de massa corporal (IMC), tabagismo, intensidade da radioterapia e características do tumor.

Em seguida, os pesquisadores usaram a IA para categorizar os pacientes em baixo e alto risco de recorrência; quanto tempo pode levar até a recorrência; e sobrevida geral dois anos após o tratamento.

A ferramenta foi considerada mais eficiente na previsão de resultados do que os métodos tradicionais.

Menos medo, menos ansiedade

"Este é um passo importante para usarmos a IA para entender quais pacientes estão em maior risco de recorrência. E também para detectar essa recaída mais cedo, para que o novo tratamento possa ser mais eficaz", disse Richard Lee, médico especializado em medicina respiratória e diagnóstico precoce no Royal Marsden NHS Foundation Trust.

Além disso, Lee, que também é investigador-chefe do estudo, explica que a solução é bastante útil porque o medo dos pacientes de ter uma recaída gera muita ansiedade.

"Esperamos ultrapassar os limites para melhorar o atendimento de pacientes com câncer, ajudá-los a viver mais e reduzir o impacto que a doença tem em suas vidas", afirma.

A pesquisa é "um primeiro passo empolgante" rumo ao lançamento de uma ferramenta nacional e internacional para orientar a vigilância pós-tratamento de pacientes com câncer, acrescentou Sumeet Hindocha, oncologista do Royal Marsden e do Imperial College London.