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'Obsessão' de Mark Zuckerberg com metaverso irrita funcionários da Meta

Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, interage com avatar no metaverso em conferência de outubro de 2021 - Facebook/Divulgação via Reuters
Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, interage com avatar no metaverso em conferência de outubro de 2021 Imagem: Facebook/Divulgação via Reuters

Felipe Mendes

Colaboração para Tilt

26/04/2022 11h32

O CEO Mark Zuckerberg está tão entusiasmado no processo de construção do metaverso que isso tem causado frustração entre os funcionários da Meta (antiga Facebook). "É a única coisa que Mark quer falar", afirmou ao Business Insider um executivo de nível de diretor que saiu recentemente da empresa.

Outro colaborador afirmou à publicação que as decisões recentes de Zuckerberg estão "basicamente fomentando a desorganização e a ansiedade". Segundo a fonte, "as pessoas realmente parecem não saber o que entregar ou no que trabalhar, porque ainda não há uma estratégia coerente"

Ainda segundo a Business Insider, a Meta está criando equipes específicas para o metaverso. Os funcionários terão de começar a informar às pessoas que existe um "manual do metaverso".

Um porta-voz da empresa afirmou que ela está "passando por um período de definição e estamos indo com tudo. Muitas pessoas estão animadas, mas têm muitas perguntas ao mesmo tempo", afirmou.

O que é o metaverso e o que a Meta já fez?

Apesar de o Facebook ter mudado de nome para Meta, o conceito de metaverso não tem necessariamente um dono. Ele não foi criado pela empresa de Zuckerberg.

Contudo, o CEO tem o sonho de criar seu próprio metaverso, que, segundo ele, será a maior revolução na maneira como interagimos online desde a invenção do smartphone.

Se o metaverso realmente for o futuro da internet, Zuckerberg quer que a sua empresa seja sinônimo dele - daí vem o nome Meta.

Em encontro com jornalistas no ano passado, Sue Yong, diretora de produtos do Facebook, afirmou que o grande diferencial é que "ao invés de apenas olhar para a tela, você estará nela".

A ideia é que, no futuro, vamos interagir com a internet como se estivéssemos literalmente "dentro" dela. As pessoas terão avatares virtuais que serão suas representações nesse mundo digital. Por meio deles, poderão conversar, trabalhar e se conectar com amigos e parentes.

Se você pensou no filme Jogador Número 1 (2018), a ideia realmente é parecida com aquela. O que se imagina sobre o metaverso é que para participar desse "mundo", as pessoas vão precisar de óculos especiais e até mesmo pulseiras que captem os movimentos das mãos.

Desde o ano passado, a empresa de Zuckerberg também vem desenvolvendo produtos, dispositivos e plataformas que usaremos para construir e habitar esse universo. Entre eles, óculos e pulseiras inteligentes e programas para desenhar ambientes digitais ou avatares.

Ao todo, o conglomerado de Zuckerberg promete investir mais de US$ 200 milhões na sua visão do metaverso, incluindo US$ 150 milhões na formação de programadores capazes de construir os ambientes virtuais que serão usados nesse mundo paralelo.