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'Máfia do PayPal' e ex-CEO convenceram Musk a comprar Twitter, diz jornal

Elon Musk, fundador da SpaceX, durante evento no Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), em 19 de janeiro de 2020 - Joe Skipper/Reuters
Elon Musk, fundador da SpaceX, durante evento no Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), em 19 de janeiro de 2020 Imagem: Joe Skipper/Reuters

De Tilt, em São Paulo

01/05/2022 17h07

Jack Dorsey, fundador e ex-presidente executivo (CEO) do Twitter, faz parte de um seleto grupo de empresários que incentivaram Elon Musk a comprar a rede social.

O grupo ainda inclui Peter Thiel e outros empresários que, junto com Musk, fizeram parte da fundação da empresa de pagamentos digitais PayPal. Nos bastidores, o grupo é conhecido como "a máfia do PayPal".

As informações são do jornal norte-americano The Washington Post, que diz ter ouvido membros deste círculo interno. Dorsey, que deixou o cargo de chefe do Twitter em 2021, já disse publicamente que apoia o dono da Tesla e da SpaceX em sua meta de controlar a rede social.

Outros membros da "máfia do PayPal" são os empresários David Sacks e Steve Jurvetson. O nome mais famoso é o de Thiel, que além de ter ajudado a lançar o PayPal, foi um dos primeiros investidores do Facebook, de Mark Zuckerberg.

Thiel também foi apoiador da campanha e do governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que foi expulso do Twitter após incentivar um ataque de seus seguidores ao Congresso dos EUA em 2021, no dia em que sua derrota nas eleições de 2020 era ratificada.

Trump e Thiel, assim como outros empresários "com tendência libertária", segundo o WSJ, acreditam que a atual política de moderação de conteúdo do Twitter censura certas opiniões políticas, e é mais tolerante com perfis liberais e de esquerda.

A defesa do que chama de "liberdade de expressão absoluta" é um dos motivos que levaram Musk a comprar o Twitter, segundo o próprio bilionário. Dorsey, porém, não parece partilhar da mesma visão, mas apoiou a oferta de Musk por se incomodar com a influência do mercado financeiro sobre as decisões internas da companhia.

"O Twitter como empresa sempre foi meu único problema e meu maior arrependimento. Ele foi controlado por Wall Street e pelo mercado de anúncios. Retomá-lo de Wall Street é o primeiro passo correto", disse Dorsey, em 25 de abril, em seu perfil na rede social. O Twitter estreou na bolsa de valores norte-americana em 2013. Na época, o CEO era Dick Costolo.

Segundo o WSJ, Dorsey e Musk estreitaram a amizade em 2020 — mas já trocavam mensagens pelo menos desde 2016. Nos últimos meses, foram suas conversas sobre o funcionamento do Twitter que incentivaram o bilionário sul-africano a querer fechar o capital da empresa.

"O objetivo de Elon de criar uma plataforma que seja 'confiável ao máximo e amplamente inclusiva' é o certo. Esse também é o objetivo de Parag Agrawal [atual CEO da empresa] e foi por isso que o escolhi. Obrigado a ambos por tirar a empresa de uma situação impossível. Este é o caminho certo", tuitou Dorsey.

Nenhum dos citados na reportagem confirmou ou negou as informações do WSJ.