Compra do Twitter está suspensa, mas Musk diz que está comprometido com ela
Elon Musk afirmou hoje (13) que o acordo de compra do Twitter está temporariamente suspenso. Segundo o bilionário, ele aguarda mais detalhes a respeito de contas falsas existentes na plataforma.
Na rede social, Musk afirmou mais cedo que aguarda informações que comprovem que menos de 5% dos usuários da plataforma envolvam perfis falsos. Duas horas depois, o empresário fez uma nova publicação, afirmando "ainda comprometido com a aquisição".
"O acordo do Twitter está temporariamente suspenso, à espera de detalhes que sustentem o cálculo de que contas falsas e de spam representam de fato menos de 5% dos usuários", escreveu Musk ao compartilhar uma reportagem da agência de notícias Reuters publicada no dia 2 de maio.
A matéria destaca uma estimativa de contas falsas feita pelo próprio Twitter.
A declaração de Musk levou as ações da rede social a despencarem no pré-mercado da Bolsa de Nova York.
Às 9h55 (horário de Brasília), elas sofriam um tombo de 12% na pré-abertura, passando a ser negociadas pouco abaixo de US$ 40 (R$ 205,50), valor menor que os US$ 54,20 (R$ 264,50, na época) por ação na proposta de compra da rede social pelo bilionário.
"Essa métrica de 5% já está disponível há algum tempo. Ele claramente já a teria visto... Portanto, pode ser mais parte da estratégia de reduzir o preço", afirmou Susannah Streeter, analista da Hargreaves Lansdown, à Reuters. Caso desista do acordo de compra, Musk terá que pagar uma taxa de rescisão de US$ 1 bilhão.
Compra estimada em US$ 44 bilhões
Após semanas de negociações, Elon Musk anunciou no dia 25 de abril o acordo de compra do Twitter. O negócio está sendo avaliado em US$ 44 bilhões — valor acima do mercado da plataforma. Caso seja adquirida pelo empresário, a rede social se tornará uma empresa de capital fechado.
Três semanas antes, Musk já havia adquirido 9,2% das ações da empresa, tornando-se o maior acionista individual.
O anúncio da compra veio semanas após Musk ter tuitado sobre planos de criar uma rede que valorizasse a liberdade de expressão. Ele já criticou, por diversas vezes, as políticas de moderação de conteúdo em redes sociais, que são usadas para tentar barrar desinformação e discurso de ódio.
Na última terça-feira (10), o bilionário afirmou que suspenderia a proibição do ex-presidente americano Donald Trump de usar o Twitter. "Eu reverteria a proibição", disse, em conferência do Financial Times. Mas ponderou que ainda não é proprietário do Twitter: "Não é certo que isto vá acontecer".
Saída de executivos e contratações suspensas
O Twitter confirmou ontem a saída de dois executivos e a informação de que a maioria das contratações foi suspensa.
Kayvon Beykpour, gerente geral que lidera a pesquisa, o design e engenharia no Twitter, deixará a companhia, juntamente com o líder de produtos Bruce Falck, informou um porta-voz do Twitter à AFP.
Beykpour disse que foi demitido. "A verdade é que não era assim que eu imaginava deixar o Twitter, e não foi minha decisão", informou em um tuíte —ele cumpria licença-paternidade quando recebeu a notícia.
Ao que tudo indica, o presidente-executivo do Twitter, Parag Agrawal, pediu que ele deixasse a empresa, argumentando que "deseja conduzir a equipe por um caminho diferente".
A plataforma também confirmou que suspendeu novas contratações a partir desta semana, e que está incorporando apenas cargos essenciais.
Mudanças no Twitter
Musk sinalizou algumas mudanças que pretende fazer no Twitter, quando a compra da plataforma for finalizada. Por enquanto, cinco pontos foram abordados publicamente pelo bilionário.
Em primeiro lugar, é esperado o afrouxamento dos mecanismos de moderação de conteúdo, uma vez que ele se diz um "absolutista da liberdade de expressão".
O empresário também promete abrir o algoritmo para que todos tenham acesso ao código fonte, dando maior transparência à tecnologia. Outro ponto defendido pelo bilionário é reduzir a atuação de bots (perfis automatizados).
Por fim, Musk quer aumentar a monetização dos conteúdos. Uma das formas consideradas é o impulso maior de publicações mediante pagamento, como já acontece hoje no Facebook, Instagram e no próprio Twitter.
Ele, porém, foi além na questão da monetização, declarando que não descarta cobrar uma taxa para que empresas e governos mantenham seus perfis no site. Por enquanto, ele garante que usuários comuns sempre terão uso gratuito.
*Com informações da AFP.
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