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EUA: Audiência no Congresso discute avistamento de OVNIs por militares

A sessão irá investigar as possíveis causas dos avistamentos registrados pela Marinha - Department of Defense/U.S. Navy
A sessão irá investigar as possíveis causas dos avistamentos registrados pela Marinha Imagem: Department of Defense/U.S. Navy

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/05/2022 04h00

Em junho de 2021, um relatório do Pentágono revelou que, desde 2004, pilotos da marinha norte-americana já relataram 144 avistamentos de fenômenos aéreos não identificados (UAPs). O Congresso dos Estados Unidos realiza hoje sua primeira audiência pública sobre OVNIs desde a década de 1960 para discutir alguns desses episódios.

Segundo o site de notícias científicas LiveScience, a reunião deve levar em consideração depoimentos de membros da inteligência de defesa do país para compreender o que poderia estar por trás dos curiosos fenômenos. Nesse sentido, dois especialistas do Pentágono serão questionados sobre o que sabem acerca dos registros.

Acontece que, na época em que o relatório foi divulgado, o Pentágono concluiu que a maioria dos avistamentos "provavelmente representa objetos físicos". Segundo os documentos, no entanto, 18 dos casos apresentavam comportamentos de voo bastante incomuns, sendo que os objetos pareciam "permanecer estacionários em ventos de altitude, mover-se contra o vento, manobrar abruptamente ou mover-se em velocidade considerável, sem meios de propulsão discerníveis".

As alegações de OVNIs, então, vêm sendo investigadas por comitês de supervisão do Congresso desde 2017. No Twitter, o presidente da reunião, Andre Carson, afirmou que "o Congresso não realiza uma audiência pública sobre fenômenos aéreos não identificados (OVNIs) há mais de 50 anos". Em seguida, anunciou que irá "liderar uma audiência na House Intelligence sobre esse tópico e o risco à segurança nacional que ele representa".

Os americanos precisam saber mais sobre essas ocorrências inexplicáveis.
Andre Carson

Dessa forma, a audiência prevista para hoje deve questionar Ronald Moultrie, o subsecretário de Defesa para Inteligência e Segurança, e Scott Bray, o vice-diretor de inteligência naval, sobre seus conhecimentos acerca dos fenômenos inexplicáveis.

Mais tarde, após a sessão pública, o Congresso ainda deverá realizar uma segunda audiência, dessa vez fechada e confidencial, sobre a atividade do Grupo de Identificação e Gerenciamento de Objetos Aerotransportados (AOIMSG), a subdivisão do Pentágono responsável por investigar os avistamentos.

Não é a primeira vez que dados do governo dos Estados Unidos sobre OVNIs chamam a atenção do público. Em abril, por exemplo, o tabloide The US Sun revelou, através da Lei de Liberdade de Informação, mais de 1.500 páginas de documentos relacionados aos fenômenos aéreos não identificados.

Criado pelo Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais (AATIP) da Agência de Inteligência de Defesa, que funcionou entre 2007 e 2012, o conjunto de dados revelou mais de 300 relatos médicos de interação humana com OVNIs — trazendo à tona registros de queimaduras, dores de cabeça, palpitações cardíacas e até danos cerebrais gerados pelos supostos encontros com "veículos anômalos".

Para o deputado Adam Schiff, presidente do comitê de inteligência da Câmara, então, a audiência de amanhã "dará ao público a oportunidade de ouvir diretamente especialistas no assunto e líderes da comunidade de inteligência sobre um dos maiores mistérios do nosso tempo". Nesse sentido, ainda de acordo com a LiveScience, ele acredita que a sessão pública "quebraria o ciclo de sigilo excessivo e especulação com verdade e transparência".

Na opinião do deputado republicano Rick Crawford, no entanto, os OVNIs não deveriam ser uma prioridade do Governo. "Com a China e a Rússia desenvolvendo armas hipersônicas e o governo Biden vazando supostas operações militares dos EUA na Ucrânia, temos ameaças de inteligência muito mais sérias do que discos voadores", afirmou o político do Arkansas, em comunicado.