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Ao infinito e além: startup levanta US$ 13 milhões para minerar asteroides

NASA/JPL-Caltech
Imagem: NASA/JPL-Caltech

Barbara Mannara

Colaboração para Tilt*, do Rio de Janeiro

26/05/2022 11h22

Lembra do filme "Não Olhe para Cima", do final do ano passado, em que um bilionário quer extrair minerais de um asteroide em rota de colisão com a Terra? A vida imita a arte. Uma nova startup já levantou US$ 13 milhões em financiamento desde que foi fundada, em janeiro, para explorar a mineração de asteroides.

É a AstroForge, que já fechou parceria para "pegar carona" no foguete Falcon 9 da SpaceX (a empresa aeroespacial de Elon Musk) para realizar testes fora da Terra.

"Nossa missão real é trazer a mineração de asteroides do reino da ficção científica para o reino da realidade", disse Matt Gialich, cofundador e Presidente da AstroForge, para o site de notícias Space.

O foco está na coleta de metais do grupo da platina (PGMs), que têm diversas utilizações industriais. Por exemplo, o paládio, usado em conversores catalíticos - equipamento em veículos automotores que transforma gases poluentes em gases não tóxicos.

A extração desses tipos de PGMs ainda é problemática aqui na Terra, porque geram muita poluição. Explorar e refinar o metal dessas rochas espaciais diretamente no espaço pode ser uma solução mais sustentável e menos desgastante.

Data de lançamento marcada

Sediada na Califórnia, a AstroForge iniciou publicamente suas operações nesta quinta-feira (26).

Por enquanto, a tecnologia de refino de metais dos asteroides foi executada apenas em laboratório, mas a data para os teste prático já está marcada: o lançamento do Falcon 9 está previsto para janeiro de 2023.

Nesse primeiro teste, o equipamento AstroForge 6U pretende extrair a platina de uma amostra que ele transportará para a órbita. Essa espaçonave da startup está sendo construída por uma empresa especializada em satélites, a OrbAstro.

Água ou metal?

Outras empresas já se aventuraram a explorar asteroides na última década, mas eram voltadas principalmente para a extração de água. O plano era conseguir separar quimicamente os elementos de hidrogênio e oxigênio para gerar combustível que reabasteceria foguetes durante suas trajetórias no espaço.

No entanto, a missão foi muito desafiadora na época e as empresas acabaram encerrando as atividades ou alterando seus planos.

Esse histórico, porém, parece não intimidar a AstroForge.

"Precisamos ir rápido e estamos dispostos a correr mais riscos. [...] Sabemos que teremos alguns fracassos ao longo do caminho e damos boas-vindas a eles. É assim que aprendemos", afirmou Gialich.