Agricultura e IA: como os algoritmos ajudam a diminuir prejuízos no campo
Conforme a inteligência artificial avança, mais mercados no Brasil começam a utilizá-la para tornar seus processos mais eficientes. Um exemplo em expansão ocorre na agricultura. Os algoritmos já são usados para o controle do uso de sementes e para monitorar a lavoura, a previsão de tempo e o clima.
Em Santa Catarina, por exemplo, existem iniciativas que usam a inteligência artificial para criar projeções das safras de milho de maneira diária, considerando possíveis estiagens que possam atingir o Estado. No ano passado, o tempo seco causou prejuízos nas safras de milho em mais de R$ 4 bilhões, segundo o engenheiro de dados José da Silva Junior, que integra a equipe do Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina (CIASC).
O profissional detalhou a iniciativa com o uso da tecnologia durante o segundo dia da The Developer's Conference (TDC) Innovation, uma das principais conferências para desenvolvedores da América Latina, que ocorre em Florianópolis até hoje (3).
"O sistema utiliza modelagem especializada em climatologia agrícola para estabelecer estimativas de safra e estiagem. As aplicações podem auxiliar no monitoramento, elaboração de políticas públicas e na tomada de decisão de maneira rápida e eficiente, especialmente para pequenos agricultores", explicou durante sua palestra.
Segundo Silva Junior, antes da implementação do sistema, algumas informações eram colhidas manualmente, muitas vezes entrevistando os agricultores para fazer um levantamento mensal. E os resultados não eram entregues com a urgência necessária.
"As estimativas diárias da cultura do milho, hoje, se baseiam em dados meteorológicos de temperatura, precipitações (chuvas), radiação do sol, além dos indicadores usados na modelagem da resposta da planta à irrigação, conhecido como balanço hídrico sequencial", afirmou.
O Brasil acompanha a tendência mundial. Um estudo divulgado no mês passado pela IBM sobre a inteligência artificial pelo mundo — o Global AI Adoption Index 2021— observou que a taxa de adesão de ferramentas do tipo chegou a 35% globalmente, um aumento de quatro pontos em relação a 2021.
TDC Innovation
Depois de um período 100% virtual por causa da covid-19, a TDC Innovation neste ano acontece no formato híbrido, ou seja, é possível participar de maneira presencial, na capital catarinense, ou no formato online.
A conferência começou no dia 1º e vai até hoje (3). A TDC foi criada para conectar palestrantes, empresas, profissionais e entusiastas para debater temas que estão em alta no mercado de tecnologia, possibilitando capacitação e troca de experiências entre todos.
Os participantes podem conferir 27 trilhas de conteúdo premium, pagas e segmentadas por Gestão de Produtos, API, Arquitetura Java, Devops, Inteligência Artificial e Machine Learning, UX, Data Science, entre outros assuntos. Também há a possibilidade de acessar os conteúdos gratuitos, via Community Pass, com 6 trilhas disponíveis.
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