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Como um flash: cientistas detectam a supernova mais rápida até o momento

Representação de supernova detectada por cientistas da Universidade do Arizona (EUA) - Divulgação/Universidade do Arizona
Representação de supernova detectada por cientistas da Universidade do Arizona (EUA) Imagem: Divulgação/Universidade do Arizona

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

15/06/2022 11h52

Uma pesquisa da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, conseguiu detectar aquela que pode ser a supernova mais rápida já registrada até o momento no universo. O fenômeno é uma explosão estelar e costuma durar cerca de semanas, mas esta durou pouco mais de um dia. Em escalas espaciais, seria como se fosse um flash.

O estudo preliminar, publicado ontem no Research Notes of the American Astronomical Society, mostra que a supernova V1674 Hercules explodiu em 12 de junho de 2021 de maneira tão brilhante que era possível vê-la a olho nu.

Contudo, "em pouco mais de um dia, estava fraca", afirmam os astrônomos no relatório. "Era como acendesse e apagasse uma lanterna."

De acordo com os pesquisadores, eventos de supernova nessa velocidade são considerados raros, o que torna o registro ainda mais precioso para a equipe.

"A nova mais rápida anterior foi a V838 Hercules, estudada em 1991, que declinou em cerca de dois ou três dias", diz o astrofísico Summer Starrfield ao site da Universidade do Arizona.

Nova explosão estelar é incomum por outros motivos

Além da rapidez, os astrônomos verificaram outros aspectos raros na recém-descoberta supernova: a luz e a energia emitidas pulsaram como o som de um sino reverberando.

Segundo os pesquisadores, a cada 501 segundos, uma oscilação possibilitava a observação de ondas de luz e de raios-x. Porém, um ano depois de ser observada, essas oscilações ainda continuam, o que não é normal.

Um mistério que as pessoas estão tentando entender é o que está impulsionando essa periodicidade nessa faixa de brilho no sistema. Mark Wagner, co-autor do estudo.

Outra característica incomum é que a matéria ejetada, que seria uma espécie de vento, está moldando o fluxo de material para o espaço ao redor do seu próprio sistema estelar.

As supernovas são estudadas porque elas ajudam a entender a formação do nosso Sistema Solar, exatamente porque os materiais ejetados pelas explosões podem formar outros sistemas,

"Estamos sempre tentando descobrir como o Sistema Solar se formou, de onde vieram seus elementos químicos. Uma das coisas que vamos aprender com essa nova é, por exemplo, quanto lítio foi produzido por essa explosão. Temos quase certeza agora de que uma fração significativa do lítio que temos na Terra foi produzida por esses tipos de explosões", concluiu Starrfield.