Hoje será a noite mais longa do ano: entenda o que é o solstício de inverno
O inverno chegou. Hoje (21), precisamente às 6h14, oficialmente trocamos de estação. Acabou o outono aqui no Hemisfério Sul (e começou o verão no Norte).
A data é marcada por um fenômeno físico e astronômico. Uma vez no ano, há um momento exato em que os raios solares incidem na Terra perpendicularmente sobre o Trópico de Câncer, devido ao ângulo de inclinação de nosso planeta. É o chamado solstício de inverno (para quem está deste nosso lado do globo) ou de verão (para os felizardos lá no Hemisfério Norte).
Assim, as regiões abaixo da linha do Equador ficam menos expostas ao Sol, o que explica as quedas nas temperaturas e na luminosidade. Não é algo possível de observar no céu, mas que tem grandes impactos na dinâmica terrestre e em nossas vidas.
Hoje, dá para confirmar que teremos o dia mais curto e a noite mais longa do ano. No Brasil, um país tropical, estamos falando de uma variação de minutos ou poucas horas, que fica evidente quanto mais ao Sul. Veja alguns exemplos:
- Em Recife (PE), o Sol nasceu às 5h32 e vai se por às 17h11. O dia terá 11 horas e 39 minutos e noite de 12 horas e 21 minutos
- Em São Paulo (SP), o Sol nasceu às 6h48 e vai se por às 17h29. O dia de 10 horas e 41 minutos e noite de 13 horas e 19 minutos
- Em Porto Alegre (RS), o Sol nasceu às 7h21 e vai se por às 17h33. O dia terá 10 horas e 12 minutos e noite de 13 horas e 48 minutos
Da mesma forma, quando este fenômeno acontece em relação ao Trópico de Câncer, em dezembro, ocorre o oposto: nosso solstício de verão, com o dia mais longo e a noite mais curta do ano.
Como ele acontece?
O eixo de rotação da Terra em torno de si mesma tem uma inclinação de 23,5°, em relação ao plano orbital ao redor do Sol. Ou seja, ela não gira "retinha". Assim, os hemisférios Sul e Norte recebem diferentes quantidades de luz ao longo do ano.
É este movimento inclinado que dá origem aos dias e noites e às estações do ano. Se o eixo estivesse a 90°, o nascer e o pôr do sol aconteceriam exatamente na mesma hora e mesmo lugar todos os dias, e não teríamos variações de clima.
Repare também que o Sol nasce sempre em nosso horizonte na direção leste, e se põe a oeste, mas não precisamente no ponto cardeal leste/oeste. Com o passar do tempo, ele vai se deslocando para a esquerda (a rigor, para o norte, durante o outono e inverno) ou para a direita (a rigor, para o sul, durante a primavera e verão).
Por isso tudo, o período luminoso nunca dura exatamente metade das 24 horas; eles são maiores nas estações mais quentes e menores nas mais frias, e também variam de acordo com o quão ao Norte ou ao Sul está o observador.
Há apenas dois dias em que dia e noite têm a mesma duração, de quase que exatamente 12 horas cada: nos chamados equinócios, que inauguram a primavera e o outono, em setembro e março. É quando os raios solares incidem igualmente entre os dois hemisférios, alinhados com o Equador.
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