O que está por trás do maior clarão já registrado neste século em Júpiter?
O que uma explosão equivalente a dois milhões de TNT poderia fazer? Certamente traria muita destruição ao local atingido. Isso representa o equivalente a 154 vezes o poder explosivo de uma das bombas atômicas lançada pelos Estados Unidos na cidade de Hiroshima, no Japão, em 1945.
Em Júpiter, o maior planeta do sistema solar, ocorreu aquele que indica ser o maior clarão já registrado da Terra nos últimos 28 anos. Uma rocha espacial atingiu Júpiter no ano passado e a descoberta só foi possível devido a imagens captadas pela Câmera de Observação Planetária para Pesquisas de Transiente Óptico (Poncots), um projeto colaborativo de observação voltado ao monitoramento das explosões e clarões no planeta.
A afirmação foi feita por astrônomos e astrofísicos da Universidade de Kyoto em um estudo divulgado recentemente, que ainda não foi revisado.
Conforme os pesquisadores, o caso teria ocorrido em outubro de 2021 e somente agora um estudo com detalhes da situação, origem da luz e rastros deixados foram revelados. Essa também foi a primeira vez que um impacto foi registrado por um observatório especializado, até então os flagrantes eram feitos por astrônomos independentes.
Entre as características, a massa da rocha era de 4,1 milhões de quilos e tinha entre 15 e 30 metros de diâmetro, o que seria suficiente para liberar uma energia de impacto semelhante ao meteorito Tunguska.
O objeto celeste atingiu uma região da Sibéria, nas proximidades do rio Podkamennaya Tunguska em 30 de junho de 1908. À época, a queda provocou uma grande explosão. Uma área de milhares de quilômetros quadrados foi devastada. O fato é considerado o "maior impacto cósmico testemunhado pela humanidade moderna".
Maior registro em quase três décadas
Os pesquisadores japoneses afirmam que o fenômeno do ano passado foi o maior registro do gênero em Júpiter desde 1994, quando o cometa Shoemaker-Levy 9 causou uma explosão equivalente a 300 milhões de bombas atômicas e deixou marcas na atmosfera de Júpiter.
"Essa detecção indica que eventos de impacto semelhantes ao Tunguska em Júpiter ocorrem aproximadamente uma vez por ano, duas a três ordens de magnitude mais frequentes que os impactos terrestres", diz um trecho do estudo, que ainda não foi revisado.
O cometa foi descoberto por meio de uma fotografia tirada pelo telescópio Schmidt do Observatório Palomar na Califórnia, pelos astrônomos Carolyn Shoemaker, Eugene Shoemaker e David H. Levy, em março de 1993. O cometa se partiu em pedaços e, em julho de 1994, acabou se chocando com Júpiter. Foram, ao todo, 21 impactos entre 16 e 22 de julho de 1994. Cada fragmento atingiu a atmosfera de Júpiter a 215 mil km/h.
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