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IA da China seria capaz ler mente de membros do Partido Comunista; entenda

andresr/iStock
Imagem: andresr/iStock

Marcella Duarte

Colaboração para Tilt, em São Paulo

04/07/2022 18h16

A China teria desenvolvido um sistema com inteligência artificial (IA) capaz de ler a mente de membros do Partido Comunista Chinês (CCP), e medir sua lealdade ao presidente Xi Jinping. A tecnologia, baseada em escaneamento facial, foi apresentada em um vídeo na internet. Contudo, ele foi apagado depois.

De acordo com o jornal britânico The Times, a IA teria sido desenvolvida por cientistas do Hefei Comprehensive National Science Centre, ligado ao governo, e testada em 43 membros do partido, que fazem parte da equipe de pesquisa.

Como funciona?

Segundo a reportagem, a pessoa é monitorada enquanto visualiza conteúdos promovendo a ideologia e as conquistas do CCP; o sistema analisa suas expressões faciais, reações e ondas cerebrais.

O resultado então destaca quão receptiva ela está à "educação política e de pensamento". O objetivo seria aumentar a devoção e "solidificar ainda mais a confiança e determinação em ser grato ao partido, ouvi-lo e segui-lo".

Os resultados do estudo chegaram a ser publicados na internet na última sexta-feira (1º), mas o artigo foi excluído pouco tempo depois.

A mesma coisa ocorreu com um vídeo publicado no Weibo (rede social chinesa), no qual mostrava um voluntário de jaleco entrando em uma cabine e se sentando em frente a uma tela para ser analisado.

Não foram revelados detalhes do funcionamento da tecnologia e onde ficam os sensores — provavelmente, envolve câmeras de monitoramento.

ia asia - Reprodução/Radio Free Asia - Reprodução/Radio Free Asia
Cabine de teste mostrada em vídeo no Weibo
Imagem: Reprodução/Radio Free Asia

"Garantir a qualidade das atividades dos membros do partido está se transformando em um problema que precisa de coordenação", dizia a descrição

"Este equipamento é uma espécie de ideologia inteligente, usando tecnologia de IA para extrair e integrar expressões faciais, leituras de EEG (eletroencefalograma) e condutividade da pele", completava.

A postagem foi deletada logo depois. Tempo suficiente para diversos comentários surgirem criticando a medida ao defender que a China cerceia a privacidade e a liberdade individual.

"Lavagem cerebral high-tech", "Big Brother", "Black Mirror" e "polígrafo moderno" foram alguns dos termos utilizados para se referir ao sistema.

*Com informações de The Times of London, DailyMail e Radio Free Asia