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James Webb: veja fotos impressionantes de Júpiter 'escondidas' em arquivo

Filtros em comprimentos diferentes de infravermelho revelam detalhes de Júpiter e suas luas - NASA, ESA, CSA, STScI
Filtros em comprimentos diferentes de infravermelho revelam detalhes de Júpiter e suas luas Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI

Marcella Duarte

14/07/2022 12h18Atualizada em 19/09/2022 18h09

Terça-feira (12) foi um divisor de águas na história da astronomia, quando a Nasa revelou ao mundo as primeiras fotos feitas pelo telescópio espacial James Webb. Mas algumas delas você provavelmente não viu: do planeta Júpiter.

O gigante gasoso aparece com 3 de suas 79 luas: Thebe, Metis e Europa (que faz uma sombra, ao lado da famosa Grande Mancha Vermelha, uma tempestade eterna na atmosfera do planeta). Também é possível ver o sistema de anéis ao seu redor, como um halo.

Essas imagens estavam "escondidas" no relatório de comissionamento do telescópio, elaborado pelo Space Telescope Science Institute (STScI), porque foram registradas durante a etapa de calibragem dos instrumentos. O documento na íntegra pode ser acessado aqui.

Elas foram feitas usando a poderosa NIRCam (Near-Infrared Camera, ou "câmera de infravermelho próximo"), em dois modos diferentes. A da esquerda destaca os comprimentos de ondas infravermelhas mais curtos; a da direita, os mais longos. O tempo de exposição foi de 75 segundos.

Foi um teste para ver como o Webb se comportava com alvos muito brilhantes e móveis — como asteroides, cometas e outros objetos interestelares. Como podemos ver, ele passou com louvor.

Máquina do tempo

Apesar desta espiadinha em nosso vizinho do Sistema Solar, o objetivo do James Webb é enxergar muito mais longe — o mais longe no espaço do que qualquer outro telescópio já fez.

O enorme espelho principal (6,5m de diâmetro) e os quatro instrumentos de foco infravermelho permitem que ele atravesse gás e poeira cósmicos, revelando estrelas e galáxias muito antigas e distantes, com riqueza de detalhes.

Ele funciona como uma máquina do tempo, que pode enxergar o que aconteceu após o Big Bang, há quase 14 bilhões de anos. Seus dados nos ajudarão a desvendar mistérios da formação do universo e a descobrir novos mundos fora do Sistema Solar.

Monitorar os planetas vizinho continuará a cargo dos telescópios terrestres e das sondas espaciais, como a Juno, que desde 2011 está na órbita de Júpiter, coletando dados e registrando belíssimas imagens.

Sucessor do Hubble, o James Webb é um projeto conjunto das agências espaciais dos Estados Unidos (Nasa), Europa (ESA) e Canadá (CSA). Ele custou cerca de US$ 10 bilhões (cerca de R$ 55 bilhões) e tem uma "expectativa de vida" prevista de dez anos — mas deve operar por mais tempo.

* Com informações de New Scientist