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Kim Kardashian reclama do Instagram virar TikTok; chefão justifica mudanças

Kim Kardashian - Getty Images
Kim Kardashian Imagem: Getty Images

Marcella Duarte

Colaboração para Tilt, em São Paulo

26/07/2022 17h38

Mudanças recentes no algoritmo do Instagram têm deixado internautas famosos e não famosos insatisfeitos: mais reels e vídeos aparecendo no feed, menos fotos sendo destacadas, recomendações de posts de perfis que as pessoas não seguem... A mais nova "revoltada" da vez é Kylie Jenner, a segunda pessoa com mais seguidores na rede social (360 milhões).

"Façam o Instagram Instagram novamente. (pare de tentar ser o TikTok, eu só quero ver fotos fofas dos meus amigos). Sinceramente, todo mundo", publicou Kylie em seu stories de ontem (25).

Kim Kardashian, irmã de Kylie e a sétima mais seguida da rede (326 milhões), também compartilhou a mesma imagem — uma captura de tela de um post viral da fotógrafa Tati Bruening, que já quase 1,8 milhão de curtidas e 34 mil comentários.

A fotógrafa também criou uma petição na plataforma Change.org, que já conseguiu mais de 150 mil assinaturas, com quatro exigências para "salvar" o Instagram, retornando às origens que o consagraram:

  • Trazer de volta linhas do tempo cronológicas.
  • Parar de tentar ser o TikTok.
  • Um algoritmo que favoreça fotos.
  • Uma plataforma que ouça os criadores de conteúdo.

Chefão justifica mudanças

Há alguns meses, em uma clara tentativa de rivalizar com o TikTok, o Instagram tem favorecido a exibição de vídeos — muitos deles, inclusive, são meras reproduções de conteúdos do app vizinho. Junto a isso, a notícia de que a plataforma pretende transformar todos os vídeos publicados em reels decepcionou muita gente — alguns estão pensando seriamente em deixar a rede social.

Nesta terça-feira (26), o chefão do Instagram, Adam Mosseri, publicou um vídeo para esclarecer as transformações que a plataforma está sofrendo. Ele garante que o app continuará a oferecer suporte para fotos, que são "parte da herança do Instagram" — mas que a tendência é, realmente, ter mais vídeos ao longo do tempo.

"As pessoas têm compartilhado mais e mais vídeos, mesmo quando ainda não havíamos mudado nada. Então, nós precisamos nos adaptar a essa mudança e continuar a oferecer o suporte a fotos."

O executivo também destacou que algumas das novidades, como a tela cheia (sem o tradicional quadradinho das fotos), ainda estão em fase de testes para alguns usuários e que ainda precisam ser melhoradas antes de chegarem (ou não) a todos.

Sobre posts de contas que não seguimos aparecendo em nosso feed, ele ressaltou que é possível ocultar as recomendações algorítmicas por até um mês — basta clicar no X ao lado de uma delas e selecionar a preferência.

Segundo Mosseri, a ideia é ajudar as pessoas a descobrirem "coisas novas e interessantes" e os criadores a alcançarem mais engajamento. Mas, se você vir algo que não gosta, "significa que estamos fazendo um trabalho ruim de ranqueamento e precisamos melhorar".

Protestos

A priorização de vídeos preocupa criadores de conteúdo que trabalham mais com imagens estáticas, como fotógrafos e designers, que se veem excluídos do futuro do Instagram.

Jovens administradores de páginas de memes fizeram um protesto, batizado "Instarrection", em frente ao escritório da empresa em Nova York (EUA).

"As pessoas perguntam por que eu não saio do Instagram e é porque no momento não há um lugar alternativo para postar o que eu faço", disse a coorganizadora Ana, 24, ao BuzzFeed News. "Queremos sobreviver como criadores e influenciadores."

"As mídias sociais agora fazem parte da esfera pública — todos nós existimos online quase tanto quanto na vida tangível. O que eles fazem conosco é uma parte tão crucial de nossa existência que merecemos ter mais voz no que acontece com nossas contas."

Os manifestantes também reclamam de posts derrubados, contas suspensas e outras práticas restritivas da rede. "Para criadores e artistas que não vêm de privilégios, podemos ter uma chance de sobrevivência independente nesta plataforma. Mas nosso sucesso está nas mãos de um sistema de moderação injusto", acredita Ana.

A influência das irmãs Jenner e Kardashian pode dar um empurrãozinho na causa. Em 2018, um tuíte de Kylie criticando o Snapchat fez com que a empresa perdesse US$ 1,3 bilhão (R$ 7 bilhões) de seu valor de mercado em um único dia. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.