Partes de foguete chinês devem cair na Terra em áreas ainda não previstas
O curso de um foguete Longa Marcha chinês de 21 toneladas lançado no Espaço preocupa alguns especialistas em astronomia ao redor do mundo. Segundo eles, há risco de que partes do material lançado não se desintegrem ao voltar à Terra e caiam com alta velocidade em pontos da Terra ainda impossíveis de prever.
O foguete Long March 5B partiu da estação de Wentian, em Pequim, na madrugada do domingo (24) levando um laboratório de energia solar para a Estação Espacial de Tiangong. Ele chegou ao local no momento planejado, mas alguns módulos dele não têm qualquer "plano de controle" para voltar à Terra.
Segundo o astrônomo Jonathan McDowell, membro do Centro de Astrofísica de Harvard-Smithsonian, dados do Comando Espacial dos Estados Unidos mostram que partes do foguete Long March 5B estão "flutuando sozinhas".
"O estágio principal do foguete de 21 toneladas continua em órbita. Ele não foi ativamente desorbitado", afirmou o especialista em publicação no Twitter.
Até o momento, não há qualquer alerta em curso emitido pelo Exército dos Estados Unidos ou por qualquer Comando Espacial em relação ao "rumo" do resto do foguete.
Segundo o site de notícias espaciais Space, o risco de "casualidades" decorrentes da queda de módulos de foguetes no mundo é baixo, mas o objeto lançado pela China tem volume "significativo".
Um artigo publicado na revista Nature Astronomy classifica a prática de deixar as partes do foguete caírem de forma descontrolada de volta à Terra como um "risco desnecessário".
Casos semelhantes
Esta não é a primeira vez que o retorno de pedaços de um foguete à Terra causa preocupação. Em maio, pedaços de outro foguete de Longa Marcha fabricado na China caiu no Oceano Índico, ao norte das Maldivas, levantando, na época, preocupação com a possibilidade de cair em uma área com população.
Mesmo com a queda dos restos de foguete no mar na ocasião, o administrador da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), Bill Nelson, emitiu uma nota de repúdio acusando o país asiático de "falhar no cumprimento de padrões de responsabilidade em relação aos seus detritos espaciais".
Nas ocasiões anteriores, a China rejeitou as acusações de irresponsabilidade, com o governo afirmando que o risco de danos a "algo ou alguém" em situações do tipo é "extremamente baixo".
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