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Para TIM, celular 5G é caro e deveria haver incentivo por modelos baratos

James Yarema/Unsplash
Imagem: James Yarema/Unsplash

De Tilt*, em São Paulo

17/08/2022 13h52Atualizada em 17/08/2022 14h01

Aos poucos, as redes 5G estão chegando nas principais capitais do Brasil. No entanto, para a operadora TIM, ainda são necessários incentivos para que as pessoas tenham mais acesso a celulares compatíveis com a nova tecnologia.

A afirmação foi feita por Leonardo Capdeville, vice-presidente de tecnologia da TIM, durante evento 5G Summit realizado nesta terça-feira (16) pela desenvolvedora de chips Qualcomm, em São Paulo.

A tecnologia 5G promete velocidades de download altíssimas (capaz de baixar filmes em segundos) e baixa latência (tempo de resposta baixíssimo entre uma ação e uma execução na casa dos milissegundos).

"Na época do 4G, nos beneficiamos com a Lei do Bem - que fez com que o preço dos smartphones caísse. Agora, temos o benefício da escala - muito mais gente tem smartphone na estreia do 5G que do 4G. Porém, a barreira de entrada de telefones é muito alta", afirmou Capdeville.

A Lei do Bem era uma legislação de 2013 para incentivar que mais pessoas comprassem telefones com 4G. Na época, o governo reduziu impostos de celulares que tinham alguma etapa de fabricação ou montagem no Brasil com valor de até R$ 1.500. O desconto no preço final, na época, ficou na casa dos 13%, segundo varejistas.

Em conversa com Tilt, o executivo estimou que o preço médio de um novo celular 5G vendido pela tele está na casa dos R$ 1.700.

Segundo dados do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), um smartphone importado tem uma das maiores incidências de imposto. Na composição do preço, 68,76% são só de taxas.

"Na pandemia, vimos a importância da conectividade: quem tinha acesso, podia estudar, por exemplo. O que gostaríamos, até pela questão de inclusão digital, é que o 5G ajudasse a democratizar o acesso à internet de boa qualidade em lugares onde não há fibra óptica ou conexão cabeada. E isso passa diretamente por termos celulares compatíveis mais acessíveis", afirmou o executivo.

Para ele, quanto mais cedo cair o preço dos telefones, melhor será para expandir o acesso, e também uma maneira de as teles recuperarem os investimentos feitos no leilão de frequência e trabalhar na expansão de redes.

Até o momento, a maioria das operadoras não lançou planos específicos para 5G. Nos primeiros dias da tecnologia, quem tem celular compatível já consegue usar a alta velocidade prometida pela nova geração de internet móvel.

Em conversa com executivos de telecomunicações, muitos falam que as operadoras têm, num primeiro momento, entendido como o 5G está sendo usado nas capitais habilitadas para, posteriormente, formatar planos que levam em consideração os downloads mais rápidos.

Esforço por celulares 5G mais acessíveis

No mesmo evento, o presidente da Claro, Paulo César Teixeira, comentou que fez um esforço com fabricantes de celulares para ter celulares 5G mais acessíveis.

"Chamamos os fornecedores e dissemos: não queremos mais 4G. Queremos 5G. E não só aparelhos premium, mas também intermediários", afirmou Teixeira.

No Brasil, atualmente, há pelo menos 70 modelos, segundo a Anatel, compatíveis com 5G. A Claro diz que 5% de sua base de clientes conta com aparelhos com a nova tecnologia móvel.

*Com informações do Estadão Conteúdo