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Nasa define os possíveis pontos de pouso na Lua para a Artemis III

Pontos escolhidos ficam no polo Sul da Lua - Ce"dric Allier/Flickr
Pontos escolhidos ficam no polo Sul da Lua Imagem: Ce'dric Allier/Flickr

Da Redação

Em São Paulo

20/08/2022 12h41

A Nasa anunciou em uma transmissão ao vivo os possíveis pontos de aterrissagem na Lua (alunissagem) para a missão Artemis III, que levará seres humanos de volta ao nosso satélite natural em 2026.

São 13 regiões no polo Sul da Lua, com várias áreas possíveis para receber o módulo da Artemis. A escolha foi deliberada: essas regiões permanecem em sombra constante e não foram exploradas previamente. Além disso, o terreno é rico em recursos minerais.

São elas:

  • Orla Fautini A
  • Pico próximo de Shackleton
  • Cordilheira de Conexão
  • Extensão da Cordeilheira de Conexão
  • Orla de Gerlache 1
  • Orla de Gerlache 2
  • Maciço de Gerlache-Kocher
  • Haworth
  • Maciço Malapert
  • Platô Leibnitz Beta
  • Orla Nobile 1
  • Orla Nobile 2
  • Orla Amundsen

Da Lua para Marte

Possíveis pontos de alunissagem (aterrissagem na Lua) da missão Artemis III, da Nasa - Divulgação/Nasa - Divulgação/Nasa
Possíveis pontos de alunissagem (aterrissagem na Lua) da missão Artemis III, da Nasa
Imagem: Divulgação/Nasa

"Selecionar essas regiões significa que estamos a um passo mais perto de retornar humanos à Lua pela primeira vez desde as missões Apollo", explicou Mark Kiraish, administrador associado da Divisão do Desenvolvimento da Artemis na Nasa, durante a transmissão.

"Vários desses pontos estão localizados nas partes mais antigas da Lua e, juntamente com as regiões em sombra permanente, elas oferecem a oportunidade de aprender mais sobre a história da Lua por meio de materiais lunares ainda não estudados", disse Sarah Noble, chefe de ciência lunar da Artemis.

Um desses materiais, de alto interesse científico, são poças de água congelada, encontradas em 2018.

"Água lunar é valiosa do ponto de vista científico e também como recurso, porque dela podemos extrair oxigênio e hidrogênio para criar sistemas de suporte para a vida e combustível", afirmou Jacob Bleacher, cientista-chefe de exploração da Nasa.

Kiraish reforçou que um dos objetivos é que a tripulação (que incluirá a primeira mulher a pisar em solo lunar) lance as fundações para estabelecer uma infraestrutura que permitirá "estadias de longo prazo no futuro".

De fato, a ideia é que a órbita da Lua receba uma espécide "estação espacial" menor, chamada Lunar Gateway (Portão Lunar), que servirá de "trampolim" para o lançamento de missões rumo a Marte.

Processo seletivo

Uma equipe de cientistas e engenheiros definiram essa lista a partir de observações do satélite de Reconhecimento Lunar Orbital, além de muita pesquisa em materiais sobre a Lua publicado nas últimas décadas.

Além do potencial científico, outros critérios utilizados na seleção foram as menores chances de interferência no processo de alunissagem; baixa inclinação do terreno; facilidade de comunicação com a Terra; possibilidade de "passeios lunares" (moonwalks), que são mais fáceis em regiões de sombra; e acesso a luminosidade solar durante os 6 dias e meio que a equipe estará lá.

"Desenvolver o projeto para explorar o sistema solar significa aprender como usar os recursos que temos à nossa disposição e ao mesmo tempo preservar a integridade científica deles", disse Bleacher.

Nos próximos meses, a Nasa irá debater os méritos de cada um dos 13 pontos em conferências com membros da comunidade científica e de engenharia. Essas discussões podem filtrar a lista até encontrar os pontos mais ideais, ou também ampliá-la com novas sugestões.

A SpaceX, empresa privada de Elon Musk que forencerá o foguete para a Artemis III, também será ouvida.