The Developer's Conference: IAs podem ajudar diagnósticos médicos no Brasil
Se você acha que a expansão da telemedicina durante a pandemia é a última fronteira tecnológica no setor de saúde, pode pensar de novo. Ao que tudo indica, a área da saúde pode receber uma mãozinha dos algoritmos nos próximos anos.
E o Brasil pode receber isso em breve. Nouara Xavier, engenheira de software e mestranda da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), apresentou um modelo de Inteligência Artificial voltado para o diagnóstico de covid-19.
"É um algoritmo de auxílio do diagnóstico, ele não retira a função do profissional", diz Xavier. Ela detalhou seu projeto no primeiro dia da The Developer's Conference (TDC) Business, uma das principais conferências para desenvolvedores da América Latina, que começou hoje (22) em São Paulo.
Ao utilizar aprendizado profundo, isto é, o treinamento de máquinas para abstrações de alto nível, é possível dar suporte aos médicos na hora da avaliação de casos. Isso otimiza o processo de triagem de pacientes, especialmente em momentos de escassez de testes RT-PCR, aqueles feitos com cotonetes - como aconteceu no pico da crise sanitária no Brasil.
Como funciona?
Para seu mestrado, Xavier usou redes neurais convolucionais, capazes de não apenas ler imagens, mas extrair propriedades delas e apresentar um mapa das características apreendidas. Ela criou um banco de dados com cerca de 24 mil imagens de raio-x de diagnosticados e não diagnosticados com covid, a maioria imagens em código aberto, com pouco menos de mil delas provenientes do Hospital das Clínicas de Porto Alegre.
Depois de equalizar as imagens com um método chamado CLAHE, que opera em pequenas regiões das imagens, ela obteve mapas de calor, que mostram aos médicos os possíveis pontos afetados pelo vírus da covid.
A acurácia do diagnóstico via redes neurais varia, mas pode chegar a 98% com as imagens tratadas por CLAHE. O plano de Xavier é disponibilizar os mapas na internet assim que finalizar seu mestrado.
"Quando você traz ferramentas que mostram transparência, facilita até a entrada da tecnologia em áreas que são mais resistentes", afirma a pesquisadora.
No mundo, já é realidade
O uso de inteligência artificial (IA) no mercado de saúde dos Estados Unidos cresceu 167,1% anualmente entre 2019 e 2021, segundo um estudo da consultoria Grand View Research. No Brasil, uma lei de 2020 regulamenta a utilização dessas técnicas em diagnósticos, tratamentos e atendimento de pacientes — e esse deve ser só o começo de uma revolução por aqui também.
TDC Business
A TDC Innovation Business neste ano acontece no formato híbrido, isto é, é possível participar de maneira presencial, em São Paulo, ou no formato online. A conferência começa hoje (22) e vai até a próxima quarta-feira (24).
A TDC foi criada para conectar palestrantes, empresas, profissionais e entusiastas para debater temas que estão em alta no mercado de tecnologia, possibilitando capacitação e troca de experiências.
Os participantes podem conferir 33 trilhas de conteúdo premium, pagas e segmentadas por Inteligência Artificial e Machine Learning, UX Design, Data Science, Transformação Digital, entre outros.
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