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Como uma smartband ajudou a provar que homem matou a esposa nos EUA

Fitbit registrou movimentos da vítima após o tiroteio, derrubando as declarações do marido; ele foi condenado a 65 anos de prisão - Divulgação
Fitbit registrou movimentos da vítima após o tiroteio, derrubando as declarações do marido; ele foi condenado a 65 anos de prisão Imagem: Divulgação

Colaboração para Tilt, do Rio de Janeiro

22/08/2022 13h15

Uma pulseira inteligente Fitbit ajudou a desvendar um antigo caso de assassinato de uma mulher nos Estados Unidos. A polícia utilizou os dados do rastreador de exercícios físicos da vítima e descobriu que ela estava se movimentando após o horário relatado de sua morte, contradizendo os depoimentos de seu marido. Com as novas informações, Richard Dabate foi condenado a 65 anos de prisão, por matar sua esposa a tiros.

O método perspicaz — e bem tecnológico — para resolver o crime chamou a atenção na internet na última semana. A smartband foi a peça-chave que faltava para a polícia derrubar a versão do assassino, em mistério que se arrastou por sete anos.

Para quem ficou curioso, a Fitbit é uma fabricante de smartwatches (relógios inteligentes) e pulseiras fitness, voltados para praticantes de atividades físicas e para quem deseja controlar os indicadores de saúde. Os dispositivos são capazes de medir a temperatura corporal, batimentos cardíacos, saturação, passos, movimentos e até calcular a quantidade de stress do usuário. Na época do crime, eram mais simples e minimalistas, com um display bem pequeno, e usados principalmente para rastrear exercícios, como corridas.

O assassinato

Connie Dabate foi morta nas vésperas do Natal de 2015, enquanto seus dois filhos pequenos estavam na escola. Em seu relato, o marido afirmou que a casa havia sido invadida por um homem mascarado, que atirou em Connie.

Mas a linha do tempo desta versão não bateu com as informações da pulseira inteligente da vítima: o dispositivo registrou a mulher se movimentando pela casa por cerca de uma hora após o momento em que ela teria sido baleada pelo suposto ladrão.

Os promotores também descobriram que o marido mantinha um relacionamento extraconjugal com uma mulher que, na época, estava grávida dele. Nas alegações finais, sugerem que Richard encenou a invasão domiciliar em um plano mórbido para assassinar a esposa, já que sua infidelidade estava prestes a vir a público com o nascimento do filho.

Durante cinco semanas do julgamento, mais de cem pessoas testemunharam. O veredicto que condenou Richard Dabase a 65 anos de prisão foi divulgado na última quinta-feira (18). "Isso nos permite ter um tipo de encerramento, mesmo que não traga Connie de volta. Como família, podemos seguir em frente", disse o irmão de Connie, Keith Margotta, após a sentença.

De acordo com os advogados de defesa, o homem pretende apelar contra a decisão.