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Musk diz que Tesla terá carro '100% autônomo' nas ruas até o fim do ano

Direção 100% autônoma do Full Self-Driving da Tesla deve entrar em funcionamento ainda neste ano  - gremlin/iStock
Direção 100% autônoma do Full Self-Driving da Tesla deve entrar em funcionamento ainda neste ano Imagem: gremlin/iStock

Barbara Mannara

Colaboração para Tilt*, do Rio de Janeiro

30/08/2022 16h01

Se depender de Elon Musk, o mercado de automóveis terá modelos da Tesla completamente autônomos em breve. O bilionário e co-fundador da empresa deseja que a fabricante de veículos elétricos lance um carro 100% autônomo até o final deste ano.

A declaração foi dada durante sua participação na conferência de Stavanger, Noruega, na última segunda-feira (29). No evento, Musk afirmou esperar que a venda seja disponibilizada nos Estados Unidos ainda no Natal de 2022.

Os novos Teslas com direção autônoma usam uma plataforma própria chamada de Full Self-Driving. O sistema inteligente permite que os veículos mudem de faixa automaticamente e estacionem sozinhos. Também é possível permitir que os carros se locomovam entre rodovias — entrando e saindo das diferentes faixas — e até reconheçam placas e indicações luminosas nos semáforos.

No entanto, os carros autônomos podem encontrar algumas pedras no caminho, uma vez que o sistema de auxílio de direção é alvo de investigação das autoridades de regulamentação nos Estados Unidos.

Em junho deste ano, a Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário disse que ainda estava investigando se a função de assistência ao motorista do piloto automático da Tesla estava com defeito ou não.

No mesmo mês, o Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia chegou a apresentar uma declaração dizendo que a fabricante Tesla estava se valendo de informações "inverídicas ou enganosas" ao apresentar os programas de assistência ao motorista.

Musk chegou a ameaçar entrar com um processo judicial contra o presidente executivo de uma empresa de tecnologia que havia publicado uma campanha criticando o software de direção. Na publicidade, era exibido um carro da Tesla colidindo com um manequim que simulava uma criança.

Tesla totalmente autônomo pode não sair em 2022

Além dos embates de Musk com as autoridades, outros empecilhos podem atrapalhar os planos audaciosos do bilionário.

No momento, as funções completamente autônomas do software de direção ainda estão em fase de testes. Em outras palavras, o Full Self-Driving ainda precisa de um controlador habilitado para monitorar o automóvel.

Para o veículo ser lançado em grande escala no mercado — ou seja, disponível para o público — precisaria antes da aprovação completa de segurança dos órgãos regulatórios de cada país. A ideia de Musk é disponibilizar o sistema não só nos EUA, como também em outros países. Todos estes ajustes tornam o prazo da Tesla para menos de quatro meses um tanto apertado.

Entretanto, o software da Tesla chegou a aumentar seu preço de custo no início deste mês. Musk afirmou anteriormente que a tecnologia ficaria mais cara conforme ela se tornasse mais aprimorada. Esse pode ser um indício do investimento pesado para que a plataforma autônoma seja finalizada antes do final do ano.

O futuro é elétrico (mas ainda precisa de petróleo)

Até 2030 metade dos veículos que rodam devem ser elétricos, afirmou Musk durante a conferência de Stavanger. Pelo menos é uma estimativa plausível, se observarmos as movimentações recentes de mercado. Em 2021, as vendas de veículos eletrificados dobraram, em comparação com 2020. Em sua soma, 6,6 milhões de automóveis menos poluentes foram adquiridos.

A meta do governo da Califórnia, nos Estados Unidos, é impedir, a partir de 2035, a venda de carros novos que usem combustão como força-motor. Regiões e países da Europa e Ásia, como Reino Unido, Alemanha e China, estão alinhados na mesma meta, com prazo ainda menor, para 2030.

Em contrapartida, apesar de ser um dos maiores defensores de veículos elétricos, Musk também disse no recente evento que, neste momento, o mundo ainda precisa de petróleo e gás, caso contrário a civilização desmoronaria. Mas que até 2030 muita coisa deve mudar.

(*) Com informações de Business Insider e Reuters