'Agiotagem é crime?': Google revela temas policiais mais buscados no Brasil
Agiotagem é crime no Brasil? O que é crime hediondo? Como proteger o celular? Essas e outras questões estão entre os primeiros lugares nas dúvidas que os brasileiros demonstram ao consultar o mecanismo de buscas do Google quando o quesito é segurança pública e criminalidade.
Um levantamento inédito, que aborda os termos mais buscados nos últimos 18 anos, revela, entre outros assuntos, os principais questionamentos dos brasileiros.
Segundo o relatório, possível graças ao desenvolvimento da ferramenta Google Trends, quando o assunto é roubo, o brasileiro pesquisa com frequência o que fazer quando o celular é roubado — rastrear o dispositivo, por exemplo. As buscas também revelam a preocupação com roubo de contas nas redes sociais, de motocicletas e do FGTS.
"Como proteger o celular" é a versão mais buscada da frase "Como proteger?" de janeiro a junho de 2022, segundo dados do Google Trends. O interesse pela pergunta aumentou 16 vezes na comparação do primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 10 anos atrás.
As buscas por boletim de ocorrência quase dobraram, com um aumento de 90% no Brasil, na comparação do primeiro semestre com o mesmo período de 2012. Em comparação a 2017, em cinco anos, o interesse cresceu 50% no semestre.
De janeiro a junho deste ano, o Brasil foi o 14º país que mais pesquisou por roubo e o décimo que mais buscou por câmeras de segurança em todo o mundo. O país também é o décimo com mais interesse por polícia e o oitavo em interesse por delegacias no ranking mundial.
"Por outro lado, para além de roubo, assassinato e furto, os brasileiros também têm dúvidas se determinadas atividades ou atitudes são consideradas crimes", diz a empresa no relatório. "Parte delas envolve preconceitos com determinados grupos da sociedade. Além disso, há interesse em entender melhor o significado de diversos tipos de crimes".
A dúvida dos brasileiros em saber se agiotagem é crime aparece em primeiro lugar no ranking dos cinco termos mais buscados. Na sequência, surgem as dúvidas sobre se podem ser enquadradas como crime a prostituição no Brasil, a alienação parental, a intolerância religiosa e a transfobia.
A violência doméstica é o tipo de crime mais buscado no Brasil no primeiro semestre de 2022. Em segundo, no ranking, aparece como campeã de buscas a violência contra as mulheres, seguida, em terceiro, pela violência obstétrica e, na sequência, em quarto e quinto lugar, as violências psicológica e urbana.
O relatório publicado pelo Google revelou ainda que o primeiro semestre de 2022 já é o terceiro com mais buscas pelo termo "golpe" desde o início da série histórica, em 2004. Em 2021, os brasileiros bateram o recorde de interesse pelo assunto tanto no semestre quanto no ano completo.
Quando o brasileiro pesquisa por "golpe", muitas vezes ele digita também algo do mundo digital. O ranking é liderado pelo PIX, o sistema de pagamento lançado pelo Banco Central em novembro de 2020.
"Os golpes buscados pelos brasileiros não envolvem necessariamente alguma fragilidade das instituições. Parte desses golpes funciona por meio de fraudes, como um SMS com conteúdo falso, uma conta falsa ou mesmo o mau uso dos dados disponibilizados na internet", explica a empresa.
Violência policial, racismo e LGBTQIA+
O interesse dos brasileiros por violência policial dobrou (alta de 105%) na comparação do primeiro semestre de 2022 com o de 2012. De janeiro a junho, o ano de 2020, seguido por 2021 e 2022, teve o maior nível de buscas pelo assunto dos últimos 10 anos.
"Alguns episódios marcaram a população pelo uso inadequado e desproporcional da força policial nos últimos anos. Em 2022, entre os casos estão a morte por asfixia de Genivaldo Santos em uma 'câmara de gás' após ser abordado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) por estar sem capacete em Sergipe e a morte de 25 pessoas em uma operação policial na Vila Cruzeiro, no Rio", afirma a empresa.
O interesse dos brasileiros por racismo também aumentou nos últimos anos. O primeiro semestre de 2022 registrou o segundo maior interesse pelo assunto dos últimos 15 anos, atrás apenas de 2020. Em dez anos, as pesquisas no período mais que dobraram (alta de 120%). O ranking de buscas por racismo é liderado por Amapá, Maranhão, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas. Paraná, Mato Grosso e Santa Catarina têm quase a metade do interesse pelo assunto.
Outro assunto com grande crescimento no tema de direitos é a sigla LGBTQIA+. Os semestres com mais buscas foram registrados nos últimos anos, sendo que o recorde ficou com 2021, seguido por 2022.
Em cinco anos, na comparação do semestre, as pesquisas sobre a sigla dobraram (aumento de 120%). Em dez anos, elas se tornaram 13 vezes maiores (alta de 1.480%). O Brasil foi o terceiro país do mundo a mais pesquisar sobre o assunto de janeiro a junho de 2022.
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