Topo

WhatsApp, Insta e Facebook pagos? Meta estuda cobrar por recursos extras

WhatsApp, Instagram e Facebook pertencem todos à empresa de Mark Zuckerberg: Meta - Reuters
WhatsApp, Instagram e Facebook pertencem todos à empresa de Mark Zuckerberg: Meta Imagem: Reuters

Colaboração com Tilt, de São Paulo

01/09/2022 11h35

Facebook, Instagram e WhatsApp poderão ter recursos pagos. O grupo Meta, proprietário das três plataformas, montou uma equipe para realizar estudos e desenvolver alguns desses serviços, segundo informações obtidas pelo site especializado em tecnologia The Verge.

A reportagem teve acesso a um memorando interno da Meta, liderada por Mark Zuckerberg, que registra a criação de uma nova divisão na companhia chamada "Novas Experiências Monetizadas". Atualmente, o Instagram e o Facebook já trabalham com algumas funcionalidades pagas, mas elas não são voltadas para o público em geral — são mais para criadores de conteúdo.

De acordo com o site, a nova iniciativa da Meta será chefiada por Pratiti Raychoudhury, que era responsável pela área de pesquisa da empresa. Não está claro ainda, no entanto, que tipo de monetização extra poderá ser feita dentro das três plataformas. Uma dica pode ser entendida a partir do que disse outro executivo da empresa John Hegeman, vice-presidente de monetização, que supervisiona o novo departamento.

Em entrevista ao The Verge, ele afirmou que a Meta está "de olho" no que estão fazendo concorrentes como o Twitter, o Snapchat e o Telegram. Todos eles lançaram recentemente assinaturas mensais que dão acesso a serviços exclusivos.

"Creio que estamos vendo oportunidades para construir novos tipos de produtos, atividades e experiências pelas quais as pessoas teriam vontade de pagar e estariam empolgadas por pagar", afirmou Hegeman.

A nova divisão é a primeira incursão mais firme da Meta na criação de recursos pagos em seus principais aplicativos sociais, de acordo com a reportagem.

Por que começar a cobrar agora?

Com aplicativos gratuitos, o grosso das receitas financeiras da Meta tem vindo do mercado publicitário há anos. Ao cobrar dos anunciantes, a gigante da tecnologia conseguia evitar cobrar também dos frequentadores.

Porém, o investimento em publicidade digital como um todo caiu recentemente, em especial depois que a Apple passou a oferecer no sistema operacional iOS uma função para que as pessoas não sejam rastreadas pelos apps que elas usam. Dessa forma, ficou mais difícil vender publicidade direcionada em plataformas digitais.

Em julho, pela primeira vez na história, o Facebook registrou queda nos rendimentos. Segundo o Verge, só a mudança promovida pela Apple no iOS teve um custo de US$ 10 bilhões (R$ 52 bilhões) para a Meta no ano passado.

Hegeman afirmou que os serviços pagos não devem se tornar uma fonte imediata de renda significativa para a empresa, mas colocou um "horizonte de cinco anos" para que eles possam fazer a diferença. Além disso, ressaltou a importância da iniciativa como uma "diversificação" dos negócios.