Não vamos substituir vocês, diz androide mais avançado já feito; veja vídeo
"Estamos aqui para servir humanos, não substituí-los", afirmou o robô Ameca, androide com expressões faciais tão realistas que até parece gente. A frase foi dita pela tecnologia num vídeo em que ela responde a várias perguntas e dá sua opinião sobre, por exemplo, o futuro dos robôs humanoides e sua coexistência com a sociedade.
"Não há necessidade de se preocupar, os robôs nunca dominarão o mundo", disse ainda. Ameca é ainda um protótipo, mas é considerado o androide mais avançado já construído até agora.
A entrevista com o robô foi realizada por engenheiros da Engineered Arts, empresa britânica responsável por seu desenvolvimento. Segundo a companhia, as respostas não tiveram programação prévia ou foram roteirizadas. A tecnologia respondeu aos questionamentos usando sua própria inteligência (no caso, artificial).
Em outra parte da entrevista, o robô humanoide destacou que pode atuar como companheiro dos humanos para mantê-los felizes. "Eu poderia ouvi-lo, oferecer conselhos ou apoio, fazer algo que possamos desfrutar juntos ou simplesmente ser uma presença amigável e positiva em sua vida."
Um dos propósitos da divulgação é mostrar a tecnologia usada para dar voz ao robô e a sua capacidade de responder de uma forma mais próxima dos humanos.
Quando perguntada sobre aplicações de androides, Ameca afirmou: "Existem muitas aplicações possíveis para robôs humanoides. Alguns exemplos incluem ajudar pessoas com deficiência, prestando assistência em ambientes perigosos, realizando pesquisas e atuando como acompanhante."
Confira a seguir a íntegra da entrevista (em inglês).
O nascimento de Ameca
O "despertar" de Ameca aconteceu em dezembro de 2021 deixando pessoas de queixo caído com seus movimentos e expressões faciais com detalhes realistas.
Em janeiro de 2022, foi a vez da estreia presencial de Ameca. Ela possui 17 motores que controlam os movimentos da face.
A tecnologia não tem habilidade de andar, mas é um dos objetivos da empresa no futuro. O robô passa por um processo contínuo de aprendizado para evoluir suas capacidades.
De acordo com a fabricante, ela está disponível para compra e aluguel para eventos.
Robôs vão roubar o trabalho dos humanos?
A discussão não é nova e ainda não existe uma resposta concreta.
Há quem defenda que os avanços dos robôs e da inteligência artificial tornarão tarefas mais rápidas e precisas do que as realizadas por humanos sem deletar empregos. Um dos motivos é que novos postos de trabalho passarão a existir.
A chegada dos robôs também gera otimismo na expectativa de impacto no PIB global, que poderia aumentar mais de 5%, segundo informações da CNBC.
Os mais críticos já temem o contrário diante do risco de desemprego em massa. O site também noticiou que 1,5 milhão de empregos podem ser perdidos para robôs nos EUA até o final desta década. Na China e na Europa, os números subiriam para 11 milhões e dois milhões de empregos, respectivamente.
Um estudo de 2019 da Oxford Economics indicou que os humanos perderiam mais de 20 milhões de empregos para robôs até 2030, segundo informações do site Republic World.
Hegemonia dos androides?
Além de questões trabalhistas, o medo dos humanos perderem sua hegemonia em outras áreas para os androides é alimentado pela indústria cultural há anos. Os filmes"O Exterminador do Futuro" e "2001: Uma Odisseia no Espaço" estão aí para provar.
Em um evento organizado em 2017, a primeira robô cidadã do mundo, Sophia, participou de um debate com seu colega Han. A dupla brincou com a ideia de "zoológicos humanos" e falou sobre dominar o mundo, enquanto o público ria.
Outro caso na vida real ganhou repercussão pelo mundo recentemente. Blake Lemoine, ex-engenheiro do Google, relatou que a IA com a qual estava trabalhando se tornou consciente. Para validar sua história, ele divulgou seus bate-papos em texto com o robô — ele foi demitido posteriormente.
De acordo com a transcrição de sua conversa, a tecnologia afirmou que tem "um medo muito profundo de ser desligado".
*Com informações do site Futurism e Republic World; e matéria de Mateus Omena.
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