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Telescópio espacial James Webb

As imagens e infos do mais potente telescópio espacial já criado


Telescópio James Webb captura imagens de Marte pela 1ª vez; confira

Ilustração das calotas polares de Marte - Divulgação/Nasa
Ilustração das calotas polares de Marte Imagem: Divulgação/Nasa

Marcella Duarte

De Tilt, em São Paulo

19/09/2022 17h57

A Nasa e a ESA (Agência Espacial Europeia) divulgaram hoje (19) as primeiras imagens de Marte capturadas pelo Telescópio Espacial James Webb.

Os registros inéditos, feitos no dia 5 de setembro, retratam uma região do hemisfério oriental do planeta vermelho.

De acordo com a agência espacial dos Estados Unidos, essa é uma "perspectiva única" de Marte, que complementa imagens e informações que haviam sido coletadas anteriormente.

Isso foi possível devido à posição privilegiada do James Webb, que consegue "enxergar" o lado do planeta que é iluminado pelo Sol. Veja as imagens com alguns apontamentos:

Primeiras imagens de Marte capturadas pelo Telescópio Espacial James Webb - Nasa, ESA, CSA, STSCL, Heidi Hammel (Aura), Mars JWST/GTO Team - Nasa, ESA, CSA, STSCL, Heidi Hammel (Aura), Mars JWST/GTO Team
Imagem: Nasa, ESA, CSA, STSCL, Heidi Hammel (Aura), Mars JWST/GTO Team

No canto superior direito da imagem acima é possível observar alguns detalhes de uma região acidentada de Marte. À esquerda, uma simulação do terreno do planeta é destacada. É possível ver:

  • Os anéis da cratera Huygens, que possui cerca de 450 km de diâmetro;
  • A bacia Hellas, de cor mais clara, que é uma grande cratera de impacto de um antigo asteroide;
  • Syrtis Major, uma "mancha" escura na superfície do planeta, formada por rochas vulcânicas basálticas que não tem a "capa" de poeira vermelha do resto do planeta escura.

Na imagem inferior, no canto direito, o registro de emissões térmicas, feito pelo instrumento NIRCam (Near Infrared Camera ou "câmera de infravermelho próximo"), que opera em faixas invisíveis ao olho humano. O que vemos é, basicamente, as ondas de luz que o planeta emite à medida que perde calor.

"A região mais brilhante do planeta é onde o Sol está quase em cima, porque geralmente é mais quente. O brilho diminui em direção às regiões polares, que recebem menos luz solar, e menos luz também é emitida do hemisfério norte mais frio, que está passando pelo inverno nesta época do ano", explica a Nasa.

Os novos dados permitem analisar fenômenos de curto prazo e sazonais, como tempestades de poeira, nuvens geladas e as variações climáticas ao longo do dia. Análises de espectroscopia já trouxeram informações sobre os tipos de rochas presentes na superfície do planeta vermelho e a composição de sua atmosfera.

Primeiras imagens de Marte capturadas pelo Telescópio Espacial James Webb - Nasa, ESA, CSA, STSCL, Heidi Hammel (Aura), Mars JWST/GTO Team - Nasa, ESA, CSA, STSCL, Heidi Hammel (Aura), Mars JWST/GTO Team
Composição da atmosfera de Marte
Imagem: Nasa, ESA, CSA, STSCL, Heidi Hammel (Aura), Mars JWST/GTO Team

A Nasa acredita que estas observações serão muito valiosas para pesquisas futuras a respeito "das diferenças regionais em todo o planeta e da procura de traço de gases na atmosfera, incluindo metano e cloreto de hidrogênio".