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Chatbots, selos e mais: como as redes sociais auxiliam o eleitor no voto

Redes sociais adotaram medidas para ajudar eleitores a acessarem informações confiáveis - Szucinski/Getty Images/iStockphoto
Redes sociais adotaram medidas para ajudar eleitores a acessarem informações confiáveis Imagem: Szucinski/Getty Images/iStockphoto

Abinoan Santiago

Colaboração para Tilt, em Florianópolis

23/09/2022 04h00

De coadjuvantes nas eleições anteriores a protagonistas em 2022, as redes sociais viraram uns dos principais canais de difusão de informações para os mais de 28 mil candidatos que concorrem ao pleito deste ano. São mais de 35 mil perfis criados pelos políticos que disputam um cargo eletivo.

Essa mudança no status das redes sociais nas campanhas provocou medidas por parte das principais plataformas para tentar facilitar o acesso a informações confiáveis. Para ajudar o eleitor na decisão, foram criados chatbots, selos de verificação em canais e parcerias formais com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Todas as oito plataformas mais usadas pelos candidatos em 2022 fazem parte do Programa de Enfrentamento à Desinformação, criado pelo TSE. Esse grupo de trabalho não existia em 2018, quando as redes sociais acabaram como instrumentos de campanhas massivas de notícias falsas.

Já mostramos anteriormente sobre as iniciativas mais relevantes para combater às fake news. Agora, abaixo, Tilt mostra as principais medidas adotadas pelas redes sociais para o acesso a informações eleitorais.

Meta: Facebook e Instagram

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Imagem: Getty Images

A Meta — proprietária do Facebook e Instagram — tem atuado desde 2021 com medidas para as eleições deste ano.

  • Criação de selos

Em dezembro, a empresa lançou um rótulo específico para o Brasil em postagens sobre eleições no Facebook e no Instagram que direcionam os internautas a informações confiáveis no site da Justiça Eleitoral.

Segundo a empresa, isso fez o número de acessos ao site do TSE oriundos das duas plataformas aumentar em cerca de 10 vezes.

  • Alertas para regulação de títulos

Segundo o TSE, entre 2018 e 2021, foram cancelados 5,9 milhões de títulos de eleitores por falta de regularização. Em razão disso, entre o fim de abril e início de maio, a Meta veiculou no Facebook e no Instagram lembretes sobre o prazo para a realizar a quitação eleitoral.

A empresa diz que "o conteúdo foi visto pela maioria dos adultos que usa a plataforma no Brasil e mais de 3 milhões de pessoas clicaram para ver mais informações".

  • Contra abstenção

Os próximos lembretes que os eleitores que usam o Facebook e o Instagram devem ver nos feeds das plataformas serão sobre a importância de comparecer às urnas.

De acordo com a Meta, os avisos irão aparecer "próximos às eleições" a fim de conscientizar sobre a importância de votar. Em 2018, o Brasil teve recorde de abstenção, com 20,3%.

WhatsApp

WhatsApp, Telegram, Facebopok Messenger, logo, ícone - iStock - iStock
WhatsApp, Telegram, Facebopok Messenger, logo, ícone
Imagem: iStock

Alvo de polêmicas em 2018 em razão de disparos de mensagens em massa, o WhatsApp adotou medidas que não eram praticadas há quatro anos.

  • Tira-dúvidas

Aplicado pela primeira vez nas eleições municipais de 2020, o "Tira-Dúvidas do TSE" foi mantido para 2022. A ferramenta é um assistente virtual (chatbot) no WhatsApp que possibilita a interação entre os eleitores e a autoridade eleitoral, também sendo um canal de recebimento de informações sobre a votação.

O chatbot conta com um menu com 16 tópicos sobre assuntos de maior interesse do eleitor, como local de votação, calendário eleitoral e acesso a informações sobre candidatos.

  • Fato ou Boato?

Além de tirar dúvidas sobre o processo eleitoral, o chatbot é programado para esclarecer sobre notícias falsas. Ao selecionar a opção "Fato ou Boato?" no menu do chat, o eleitor recebe uma lista de checagens realizadas por agências parceiras do TSE, como o UOL Confere.

Para acessar o chatbot, basta adicionar o número +55 61 9637-1078 à lista de contatos do WhatsApp. Isso também pode ser feito por meio do link: wa.me/556196371078. Após isso, é só mandar uma mensagem para iniciar o diálogo.

Twitter

twitter - Dado Ruvic/Reuters - Dado Ruvic/Reuters
Imagem: Dado Ruvic/Reuters

Uma das primeiras redes sociais no Brasil a assinar parceria com o TSE, o Twitter também implementou medidas para auxiliar no acesso a informações confiáveis no pleito de 2022.

  • Parceria com a Politize!

Se você está em dúvida sobre alguma informação relacionada ao processo eleitoral, através do Twitter será possível esclarecer determinadas questões. Isso se dá através da "Poli", uma persona de chatbot criada em parceria com a Politize!, organização da sociedade civil que atua com educação política.

O chatbot, que ficará disponível até o fim de 2022, está disponível via Mensagem Direta da Politize! no Twitter. Para acessá-lo, basta enviar uma mensagem para @politize na plataforma.

Com isso, a Poli disponibilizará cinco opções para seguir com o bate-papo:

  1. Quero tirar todas as minhas dúvidas sobre eleições;
  2. Quero aprender mais sobre política no geral;
  3. Quero entender como identificar notícias falsas;
  4. Quero dicas de como conversar sobre política de forma saudável;
  5. Quero saber onde encontrar dados sobre política.

De acordo com o Twitter, a "proposta é incentivar a participação política no processo eleitoral em 2022, aumentando, assim, a taxa de comparecimento dos brasileiros às urnas".

  • Páginas especiais

O Twitter também criou para 2022 páginas especiais na própria plataforma. Ao abrir o site em seu login, o usuário pode ver que existe uma nova seção, chamada de "Eleições", disponível na aba "Explorar". Nela, segundo a empresa, são incluídas postagens confiáveis sobre o processo eleitoral.

Além disso, as disputas estaduais também ganharam páginas especiais. São os casos de Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

TikTok

Apesar de ser um aplicativo usado por 2,1 mil candidatos que concorrem às eleições de 2022, o TikTok diz que "não é o principal destino para o debate político ou notícias de última hora". Além disso, considera que "a natureza de anúncios políticos não combina com a experiência da plataforma".

Representativa TikTok logo - SOPA Images/LightRocket via Getty Images - SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Imagem: SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Mesmo com a aversão ao processo político no aplicativo, o TikTok informou que adotou política para esclarecer os eleitores através da plataforma.

  • Página #Eleições2022

Em parceria com o TSE, foi criada no aplicativo uma página especial com informações em relação às eleições, como dúvidas sobre o título de eleitor e informações sobre a votação.

A página pode ser acessada através de um banner na aba "Descobrir" ou por meio da página de busca, quando os usuários buscarem conteúdo relacionado à eleição.

Os vídeos identificados como relacionados ao tema também estão marcados neste período eleitoral com uma etiqueta, que direciona para a página do TSE.

Kwai

Aplicativo Kwai - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Principal rival do TikTok, o Kwai também firmou parcerias com o TSE e criou páginas especiais sobre o processo eleitoral.

  • #DeOlhoNaUrna e #RolêsdasEleições

Segundo o Kwai, ao procurar por "#DeOlhoNaUrna" e #RolêsdasEleições", o usuário do aplicativo pode "esclarecer dúvidas sobre o título de eleitor, computação dos votos e em relação ao dia do pleito eleitoral, marcado para 2 de outubro no primeiro turno.

Outra página lançada pelo Kwai, mais recentemente, foi a "Central das Eleições", com conteúdos exclusivos sobre as eleições brasileiras em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral.

Telegram

Envolvido em polêmicas com a Justiça brasileira, o Telegram foi mais uma plataforma que aderiu em 2022 ao Programa de Enfrentamento à Desinformação, do TSE.

Telegram - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

Considerado o principal concorrente do WhatsApp, o mensageiro é usado nas campanhas como estratégia para difundir mensagens para o maior público de pessoas possível através de canais com participantes ilimitados. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que lideram a corrida presidencial, somam milhões de assinantes em seus canais na plataforma.

  • Chat pioneiro no mundo

Para não ficar de fora da "onda dos canais", em 2022, o TSE, em parceria com o Telegram, criou o seu próprio chat na plataforma para divulgar informações sobre o processo eleitoral com selo de verificação.

A corte brasileira é o primeiro órgão eleitoral no mundo a formalizar parceria desse tipo com o Telegram, segundo o TSE.

Através do chat, lançado em maio de 2022, o TSE divulga informações sobre o processo eleitoral de maneira semelhante como acontece no WhatsApp, por meio de chatbots. Já são mais de 300 mil inscritos.

Para se inscrever no canal do Telegram do TSE, basta procurar por "@tsejus" ou acessar através deste link: https://t.me/tsejus.

Youtube

Youtube logo - Pixabay - Pixabay
Imagem: Pixabay

Principal plataforma de vídeos usada por candidatos que concorrem neste ano, o Youtube adotou o papel educativo para disponibilizar o acesso a informações aos eleitores, algo que já vem sendo adotado desde 2014.

  • Painéis informativos

Ao abrir um vídeo relacionado às eleições, você verá uma pequena caixa de texto com o título "Como votar nas eleições de 2022", seguido de um link "saiba mais". Isso é chamado de painel pelo Youtube.

Ao clicar nele, você será redirecionado ao site do TSE. Segundo a plataforma, os "painéis informativos inéditos no Brasil" são "para conectar o usuário com informações confiáveis e oferecer mais informação sobre temas que podem ser sujeitos a desinformação".

Após o painel "como votar", o Youtube planeja na reta final do primeiro turno incluir o "informações de candidatos" e, após primeiro e segundo turnos (quando houver), o de "resultados eleitorais".