Furacão Ian: como sua categoria é definida? Qual é a ciência por trás?
Com ventos de mais de 200 km/h, o furacão Ian recentemente atingiu Cuba e segue para a Flórida, onde deve chegar nesta quarta-feira (28). Ele aumentou de intensidade e agora já está na categoria 4 da classificação dos furacões — que chega até 5.
Mas o que quer dizer estes números? Qual a diferença entre as tempestades?
A escala para definir a intensidade de um furacão é chamada Escala Saffir-Simpson, criada nos Estados Unidos em 1970. Dividida em cinco categorias, ela considera a velocidade dos ventos e os danos que aquela tempestade pode causar — de forma similar ao que a escala Richter faz com terremotos.
O Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos explica a divisão da seguinte forma:
- Tempestade tropical: ventos de 63km/h a 118 km/h. É o estágio inicial em que um fenômeno climático começa a ser monitorado.
- Categoria 1: ventos de 119 km/h a 153 km/h. Podem causar algum dano a telhados, árvores e rede elétrica. Possíveis inundações em zonas costeiras.
- Categoria 2: ventos de 154 km/h a 177 km/h. São considerados extremamente perigosos e mesmo construções sólidas devem sofrer danos; é esperado perda total de energia e queda de árvores.
- Categoria 3: ventos de 178 km/ a 208 km/h. Danos devastadores são esperados, com fornecimento de eletricidade e água possivelmente interrompido por dias, ruas e estradas bloqueadas por queda de árvores, e construções como casas e galpões devem sofrer danos extensivos como perda total de telhados, janelas e portas.
- Categoria 4: ventos de 209 km/h a 251 km/h. Danos catastróficos são esperados, inclusive pedido de evacuação da população da área, queda de energia que pode durar meses, inundações que podem isolar áreas residenciais, e danos estruturais significativos.
- Categoria 5: ventos de 252 km/h ou mais. Danos catastróficos e possivelmente imensuráveis. Todas as medidas de segurança e problemas mencionados nas categorias anteriores são considerados como certos na categoria 5.
O furacão Katrina, que causou US$ 117 bilhões de dólares de prejuízo e matou mais de 1.800 pessoas em 2005, era da categoria 5. O outro furacão mais devastador da história dos EUA foi o Harvey, categoria 4, em 2017. Foram mais de US$ 62 bilhões em prejuízo. No mesmo ano, a região foi afetada por outros dois eventos de nível 5: Irma e Maria.
Como os furacões se formam?
Independentemente da categoria, a Nasa explica que ciclones tropicais que se formam no Oceano Atlântico ou no leste do Oceano Pacífico são todos chamados de furacões, e que todos se formam da mesma maneira.
Todos eles usam ar quente e úmido como "combustível", e é por isso que só se formam em águas de oceanos quentes perto da linha do Equador. Conforme o ar quente sobe, cria uma área de baixa pressão perto da superfície. Ar de superfícies próximas com maior pressão começam a pressionar a área de menor pressão, criando um ar "novo" e o deixando quente, fazendo com que ele também suba.
Conforme o ar quente resfria, ele forma nuvens e todo o sistema de nuvens e ventos começa a girar, influenciados pelo calor e água evaporando do oceano.
Tempestades que se formam ao norte do Equador giram em sentido anti-horário, enquanto as tempestades ao sul do Equador giram no sentido horário. Conforme a tempestade gira mais e mais rápido, forma-se um olho no centro, com pressão bem baixa.
Missão da Nasa adiada por causa do furacão
A expectativa dos especialistas é que o furacão Ian chegue ao norte de Tampa Bay ou Panhandle (ambas no estado da Flórida) no início da sexta-feira. Em antecipação à chegada da tempestade na região, a NASA decidiu retirar o foguete da missão Artemis 1 da plataforma de lançamento, no Centro Espacial Kennedy, também localizado na Flórida. O lançamento estava previsto para terça (27).
O SLS (Sistema de Lançamento Espacial) e a cápsula Orion ficarão guardados em um galpão até novembro, quando deve acontecer o lançamento. Isso porque a próxima data cogitada pela NASA, 2 de outubro, já está descartada.
A decolagem agora já acumula três adiamentos. Anteriormente, a Agência já havia tentado lançar o SLS em 29 de agosto e 3 de setembro, mas teve problemas técnicos.
Este texto foi atualizado para refletir o aumento de categoria do furacão Ian, que passou de 3 para 4 na manhã de quarta-feira (28).
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