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Eleições 2022: biometria é obrigatória para votar? Como funciona?

TSE deve finalizar o cadastro da impressão digital de todos os eleitores até 2026 - Getty Images
TSE deve finalizar o cadastro da impressão digital de todos os eleitores até 2026 Imagem: Getty Images

Rosália Vasconcelos

Colaboração para Tilt, do Recife

01/10/2022 04h00Atualizada em 01/10/2022 13h29

Na hora de votar, o eleitor precisa se identificar e uma das maneiras oficiais de provar ao mesário que 'você é você' é a biometria. Essa tecnologia fornece segurança ao processo eleitoral porque se baseia nas características físicas diferentes e únicas de cada pessoa. Logo, evita que uma pessoa vote no lugar da outra.

A biometria pode ser coletada de várias formas (reconhecimento facial, reconhecimento de íris, etc), mas, nas eleições, a Justiça Eleitoral optou pelo uso majoritário das impressões digitais.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 156 milhões de brasileiros aptos a votar em 2022, pouco mais de 120 milhões já possuem o cadastramento biométrico.

Quem não lembra ou não sabe se tem a biometria cadastrada, pode conferir no site do TSE. Na verificação, consta se o título está regular e se a digital está cadastrada.

A biometria é obrigatória para votar nas eleições 2022?

Não. O voto em 2 de outubro e no dia 30 de outubro, caso haja segundo turno, poderá ser realizado com apresentação do título de eleitor impresso ou digital - para quem baixou no celular o aplicativo o e-Título.

O voto pode ainda ser realizado sem o título, desde que o eleitor saiba onde fica sua zona eleitoral e apresente um documento com foto.

Quais documentos são permitidos?

  • E-Título (título de eleitor em meio digital. Se estiver sem foto, é necessário apresentar outro documento oficial com foto);
  • Carteira de identidade;
  • Identidade social;
  • Passaporte;
  • Carteira de categoria profissional reconhecida por lei;
  • Certificado de reservista;
  • Carteira de trabalho;
  • Carteira nacional de habilitação.

Como funciona a biometria da urna eletrônica?

Ao chegar na seção eleitoral, caso a biometria esteja cadastrada, o cidadão será convidado pelo mesário a fazer a leitura de sua impressão digital. Neste momento, o sistema confirma (ou não) se aquele eleitor está cadastrado naquela seção eleitoral, a partir do banco de dados unificado da Justiça Eleitoral.

Em caso positivo, a urna eletrônica é liberada para votação. O sistema só permite uma única liberação para cada leitura biométrica, garantindo que cada pessoa vote apenas uma vez.

A adoção da impressão digital reduziu muito a intervenção humana durante o processo de votação. Ao colocar o dedo no leitor , não é mais necessário assinar o caderno de votação.

Como o sistema "lê" as impressões digitais?

São quatro etapas: captura, extração, criação de padrão e comparação.

Captura: dois tipos de sensores da urna (os capacitivos e os óticos) captam o desenho das impressões digitais. Nos dois casos, o identificador biométrico reage com os sulcos e traços da ponta do dedo para criar um padrão específico de corrente elétrica, "digitalizando" a impressão digital.

O sensor capacitivo usa uma baixa corrente elétrica para isso, e o ótico, um módulo de diodos sensíveis à luz. A informação é enviada para o processador de dados e depois para o software, que combina computação gráfica, processamento de imagens e banco de dados.

Extração: a imagem captada pelas câmeras e sensores é transformada em uma sequência específica de bits (a unidade mais básica de dados da computação).

Criação de padrão: a sequência de bits será associada à identificação da pessoa que se submeteu à biometria. É o que chamam de criação de padrão. É como se cada pedaço da sua digital se transformasse em uma combinação única de uns ("1") e zeros ("0"). Esse padrão é arquivado no sistema da Justiça Eleitoral

Comparação: na hora de votar, a primeira e segunda etapa se repetem. E então o sistema compara com o banco de dados e comprova que você é mesmo você.

    Em 2026, todo mundo cadastrado

    Nas Eleições de 2020, não houve utilização da identificação biométrica por recomendação das autoridades sanitárias e de saúde, devido à pandemia da covid-19.

    De lá pra cá, a Justiça Eleitoral não conseguiu avançar no processo de coleta das impressões digitais. Como parte do combate ao vírus, os cartórios eleitorais haviam suspendido o cadastramento das novas impressões digitais. Mas até 2026, a Justiça Eleitoral pretende ter cadastrado a biometria de 100% do eleitorado brasileiro.

    *Com informações de matérias de Márcio Padrão e Diego Albuquerque e do Tribunal Superior Eleitoral.