Embaixador ucraniano xinga Elon Musk no Twitter por propor paz com a Rússia

Elon Musk postou ontem (3), no Twitter, uma pesquisa esdrúxula, com ideias para acabar com a guerra na Ucrânia. O bilionário pedia aos usuários que votassem "sim" ou "não" em uma lista de condições, que segundo ele poderiam ser capazes de selar a paz com a Rússia.

O tuíte recebeu elogios do Kremlin, governo russo, mas enfureceu autoridades ucranianas, como o presidente Volodymyr Zelensky, pois parecia sintonizado com a agenda do invasor.

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O embaixador da Ucrânia na Alemanha, Andrij Melnyk twittou: "Fuck off' é minha resposta mais diplomática a você". Em inglês, a expressão agressiva significa algo como "cai fora".

O CEO da Tesla e da SpaceX sugeriu quatro condições para a paz: "refazer eleições" em regiões anexadas pela Rússia, formalizar a Crimeia como parte da Rússia, assegurar o fornecimento de água à Crimeia, e a Ucrânia se manter neutra.

O presidente da Rússia, Dmitry Peskov, disse que a postura de Musk era "positiva", pois ele "ao contrário de muitos diplomatas profissionais, buscava maneiras de encontrar a paz", informou a agência de notícias RIA.

Peskov frisou que os moradores já haviam manifestado sua opinião (em referendos ilegítimos), e nada mais poderia ser feito. "Mas, repito mais uma vez, o fato em si é muito positivo", declarou o presidente da Rússia.

Musk se explica

Após a polêmica, ainda na segunda-feira, Musk escreveu um novo tweet informando que era "obviamente" pró-Ucrânia. Ele acrescentou que a SpaceX gastou US$ 80 milhões para levar internet via satélite Starlink para o país e "US$ 0" na Rússia.

Mesmo assim, Zelensky revidou o bilionário com mais uma enquete no Twitter: Qual Musk vocês gostam mais? Aquele que apoia a Rússia ou aquele que apoia a Ucrânia?

"Ainda apoio muito a Ucrânia, mas estou convencido de que a escalada maciça da guerra causará grandes danos à Ucrânia e possivelmente ao mundo", tuitou Musk em resposta à pesquisa do presidente.

Elon Musk está em vias de concluir a tumultuada compra do Twitter — a rede social que ama odiar; ele enviou uma nova proposta de US$ 44 bilhões (R$ 230 bi).