Hotel no céu: como serão e quanto custarão as 4 estações espaciais privadas
A rede de Hitlon tem alguns hoteis cinco estrelas, mas está prestes a ter um endereço entre as estrelas. Ela fechou parceria para desenvolver as suítes e dormitórios da Starlab, estação espacial das empresas Voyager e Lockheed Martin. A notícia traz os primeiros passos mais concretos para existir, em breve, os hotéis espaciais.
A NASA já estabeleceu acordo com outras três companhias privadas que estão criando estações espaciais próprias: a Axiom Space, a Blue Origin e a Northropp Grumman. Elas não funcionarão apenas como base para astronautas e pesquisadores, mas também para o turismo espacial.
Para se ter uma ideia do potencial desse mercado, a Starlab será operada pela Nanoracks, no contrato mais caro do setor: US$ 160 milhões (o equivalente a mais de R$ 827 milhões). A ideia é que ela esteja em funcionamento até 2027.
Três anos depois, a Nasa irá fechar de vez a Estação Espacial Internacional, o que aumentará ainda mais a demanda no setor. Tilt levantou o que já foi anunciado sobre estes megaprojetos.
Blue Origin
A Blue Origin, fundada pelo criador da Amazon, Jeff Beezos, anunciou sua estação espacial, a Orbital Reef, em outubro de 2021 A previsão é que também seja inaugurada em 2027, mesmo ano da Starlab. Com 830 metros cúbicos, ela deverá acomodar até 10 pessoas.
Ainda não foi revelado quanto custará a hospedagem. Mas dá para ter uma ideia pelo preço praticado apenas nas viagens espaciais da Blue Origin: cerca de US$ 8 milhões (ou R$ 40 milhões) por assento. E a vaga só pode ser comprada em leilão ou em casos especiais.
A campanha de marketing no lançamento vai contar com um blockbuster nos cinemas. A Orbital Reef será vista pela primeira vez na ficção científica Helios, da Centerboro Productions, que começa a ser filmada em 2023. Na trama, uma tripulação tentará salvar a estação após uma explosão solar em 2030.
Axiom Space
Oito dias na Axiom Station já têm preço: US$ 55 milhões (o equivalente a mais de R$ 281 milhões). E você tem poucos dias para economizar essa fortuna: a estação deve abrir as (com)portas já em 2024.
A Axiom só enviou seu primeiro voo comercial para fora de órbita neste ano, mas já tem dois módulos acoplados na Estação Espacial Internacional. Eles funcionam para fins científicos; porém, devem ser modificados e reaproveitados na Axiom Station assim que ela for inaugurada.
Quem está trabalhando firme no projeto é o arquiteto Philippe Starck, referência no design contemporâneo. Suas primeiras ilustrações foram divulgadas em 2018: um ambiente espaçoso, com internet rápida, televisões, janelas e um observatório para o espaço.
Northropp Grumman
O financiamento da NASA para a construção da Northropp Grumman Comercial Space Station (ou Estação Espacial Comercial Northropp Grumman) é de US$ 125,6 milhões (mais de R$ 640 milhões). E olha que o local será mais voltado para o turismo do que para a pesquisa científica.
Com um projeto mais intimista (para apenas 8 pessoas), ela busca se distinguir das concorrentes, que apostam em algo mais pop. Outro diferencial: ficará em uma gravidade próxima da Terra, permitindo uma experiência quase de ficção-científica.
Só que isso demanda tempo e preparo, e até agora não houve qualquer novidade sobre como está o desenvolvimento do projeto.
E isso tudo vai funcionar? É atrativo?
A viabilidade econômica do turismo espacial a longo prazo ainda é questionável. As viagens são caríssimas e portanto acessíveis apenas para os muito ricos. É difícil determinar como (e por quanto tempo) estes hoteis podem se sustentar.
A título de comparação, o hotel mais caro do mundo é o Royal Penthouse. Uma única diária no quarto mais caro, que ocupa toda a cobertura do prédio, custa US$ 65 mil (cerca de R$ 332 mil). Já o pernoite individual na Axiom ficaria por aproximadamente US$ 7 milhões - uma valor 107 vezes maior.
Em outras palavras, com o dinheiro de um único pernoite na Axiom, você poderia morar por três meses e meio no melhor quarto do hotel mais luxuoso do planeta.
A projeção é que a estadia das outras estações deve ficar na mesma faixa - e com acomodações serão muito, muito menores que as de um hotel "em terra firme".
"Como funcionaria uma hospedagem sem arrumação, sem camareira? Sem pessoas para prestar serviços comuns na hotelaria? Será que a experiência de se hospedar no espaço substitui as necessidades e amenidades que um hotel precisa oferecer aos hóspedes?", analisa a especialista em hotelaria Luana Alves.
Ela levanta outro ponto: o público extremamente rico capaz de pagar a viagem e a hospedagem está acostumado a um nível muito alto de luxo, serviço e atendimento.
"É possível dar certo sim, mas não como uma proposta de hotel que já conhecemos, focado em lazer, conforto e descanso. Os hotéis espaciais têm uma abordgem diferente, voltada ao turismo de experiência. Quem não gostaria de se hospedar no espaço?", acredita.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.