Marcas na BGS apostam em jogos para web3. Mas o que eles têm de diferente?

Assim como nos estandes rivais, o espaço do jogo Evoverse na Brasil Game Show, maior evento do tipo na América Latina, reúne vários visitantes degustando o game. Mas a expressão deles é um pouco mais concentrada. A disputa vale mais do que apenas alguns minutos de diversão: quem somar a maior pontuação ao longo da feira vai ganhar um carro 0 km, no valor de R$ 100 mil.

É uma jogada de marketing pesada para promover uma tendência forte no evento este ano: os jogos para web3 - a chamada a nova "fase" da internet, que já está sendo lentamente implementada no nosso dia a dia.

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Neste caso, o game é focado em dois aspectos bem específicos da web3: a utilização de criptomoedas para adquirir NFTs. Graças ao uso do blockchain, tecnologia que valida, registra e assegura transações realizadas dentro dela, estes itens virtuais únicos são atribuídos ao jogador — e podem "migrar" com ele para outros games que aceitem essa transição.

Em outras palavras, é como se você comprasse uma "vida extra" no Mario e pudesse futuramente usá-la em um jogo do Sonic. Ou como se você comprasse o craque Mbappé para o seu time do FIFA 23 e depois pudesse transformá-lo no seu avatar de Fortnite.

"Na web3, você tem o direito sobre esses itens. Eles estão na sua posse. Você consegue gastar o seu dinheiro para jogar com skins [aparência ou traje de um avatar], personagens, ou o que for. Cansou? Não consegue mais jogar? Pode vender para outros jogadores", explica Geraldo Grimaldi, chefe de game responsável pelo Evoverse.

Segundo Gui Barbosa, diretor-geral da BAYZ, empresa que oferece serviços para jogos web3, esse desejo pela propriedade real sobre um item já é antigo na comunidade gamer. Desta maneira, as decisões sobre como o jogo funciona não caberiam apenas à desenvolvedora — elas seriam mais descentralizadas, outra característica da web3.

"O criador da [criptomoeda] Ethereum, Vitalik Buterin, jogava World of Warcraft. Em algum momento, a empresa dona do game mudou a característica de um item. E ele ficou: 'Como assim? Ela mudou sem me ouvir, sem ouvir os jogadores?' Foi quando ele começou a pensar neste mundo descentralizado", conta.

Como acontecem as transações financeiras

Grimaldi ressalta que a maioria dos jogos web3 proporciona compras e vendas através da blockchain a partir de moedas virtuais. As transações financeiras podem ser feitas com o depósito de dinheiro em uma corretora, que fica responsável por converter o valor para criptomoedas.

No caso do Evoverse, existem planos para que compras de produtos no game sejam feitas com cartão de crédito ou pix.

Outro exemplo de um jogo web3, que está ganhando uma comunidade no Brasil, é o Upland que traz um ambiente elaborado para a comercialização de terrenos virtuais.

É preciso melhorar

Para Barbosa, por ser uma tecnologia muito nova, a interface e experiência para o usuário ainda podem ser muito ruins nesse universo de games para web3. Ele acrescenta que também não existe muita clareza em relação à ideia de coletividade entre os usuários.

Apesar disso, ele acredita que essa tendência de mercado é algo irreversível, assim como foram os jogos 3D.

Evoverse: criptogame na prática

O Evoverse é o primeiro jogo web3 com moedas virtuais totalmente nacional — também é conhecido como um tipo de criptogame.

O lançamento da versão beta foi realizado na BGS e dá um gostinho da proposta: diversão com estratégia. Na sua equipe, você tem robôs que precisam se defender e derrotar os adversários usando a pontuação de cartas.

O primeiro contato com o game não é complicado, você apenas precisa escolher qual trio de robôs, entre as quatro combinações disponíveis, você deseja usar para derrotar os inimigos — os vermes.

No campo de batalha, você pode atacar, defender, se curar, contra-atacar, entre outras possibilidades. O desafio é conseguir eliminar o maior número de vermes no menor tempo. Porém, eles também usam os poderes que têm para exterminar seus robôs.

O anúncio dos ganhadores acontecerá nesta quarta-feira (12).