Mistério resolvido: o que é o barulho estranho perto do Titanic? Veja vídeo
Nicole D'Almeida
Colaboração para Tilt, em São Paulo
27/10/2022 12h56
Um misterioso sinal de sonar, detectado próximo aos destroços do Titanic em 1998, foi finalmente identificado, no fundo do Atlântico Norte.
O "blip" sugeria ser algum objeto grande, até mesmo outro naufrágio, ou uma falha geológica. No entanto, o achado foi ainda mais surpreendente: um denso ecossistema marinho, perto do que restou do navio de luxo britânico.
A descoberta foi feita pela expedição Titanic 2022, da OceanGate, uma organização sem fins lucrativos que fornece apoio financeiro para pesquisa marinha e tecnologia aplicada.
O que os exploradores encontraram foi uma ampla formação vulcânica de basalto, que está cheia de vida. "Estamos surpresos com a diversidade e densidade de esponjas, corais-bambu e outros corais de água fria, lagostas e peixes que estão prosperando a 2.900 metros de profundidade no Oceano Atlântico Norte", explica Steve W. Ross, cientista-chefe da OceanGate.
"Descobrir esse ecossistema até então desconhecido também oferece a oportunidade de fazermos uma comparação com a biologia marinha dentro e ao redor do Titanic."
Veja o vídeo, a 2.900 metros de profundidade:
O ruído foi detectado 26 anos atrás, pelo mergulhador PH Nargeolet. No sonar, sua frequência era bem similar à do próprio Titanic, o que o tornava ainda mais intrigante. E foi ele quem, mais de duas décadas depois, solucionou o mistério, a bordo de um pequeno submarino chamado Titan — com sistema de vídeo de alta resolução e escaneamento por laser.
Além de vídeos e fotos, foram coletadas amostras de água para análise de DNA ambiental, com o objetivo de medir a extensão da biodiversidade no recife, além de fornecer informações vitais sobre estes seres vivos que podem se dispersar pelas vastas distâncias do fundo do mar.
"Precisamos compartilhar as informações com a comunidade científica e com os formuladores de políticas púbicas, para garantir que estes ecossistemas vulneráveis recebam a devida atenção e proteção que merecem", disse Murray Roberts, professor de Biologia e Ecologia Marinha Aplicada na Escola de Geociências da Universidade de Edimburgo.
O ponto foi nomeado provisoriamente de "Nargeolet-Fanning Ridge", em homenagem ao mergulhador veterano e ao especialista da missão, Oisín Fanning.
A OceanGate pretende continuar as pesquisas no Titanic e áreas vizinhas em 2023. A empresa já havia divulgado, no meio deste ano, as primeiras imagens em 8K do naufrágio, com riqueza de detalhes: