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Amazon Prime Music libera 100 milhões de músicas. Vale abandonar o Spotify?

Amazon Music amplia acesso a músicas e podcasts para quem já é assinante Prime - Divulgação/Amazon
Amazon Music amplia acesso a músicas e podcasts para quem já é assinante Prime Imagem: Divulgação/Amazon

Aurélio Araújo

Colaboração para Tilt

01/11/2022 10h39Atualizada em 02/11/2022 09h27

O Amazon Music, serviço de streaming de música da gigante da tecnologia americana, anunciou hoje (1) uma mudança expressiva. Os assinantes do serviço Prime agora terão acesso a 100 milhões de músicas no catálogo, sem a interrupção de anúncios. Antes, estavam limitados a apenas 2 milhões, com publicidade no meio.

Com a mudança, a Amazon sinaliza um ataque direto ao principal concorrente no segmento: o Spotify. Como muitas pessoas já assinam o serviço Prime (seja por causa do frete grátis na loja virtual, do Prime Gaming ou do Prime Video), a expectativa é que eles deixem de pagar o rival para aproveitar o Prime Music, que já está incluído no mesmo pacote.

De acordo com dados das próprias empresas compilados pela consultoria Business of Apps, o Spotify é a plataforma mais popular no segmento (33,3% do mercado). O Amazon Music é o terceiro colocado (13,7%), numa disputa acirrada com o Apple Music (17,8%), antigo líder.

A questão então é: com essas mudanças no app da Amazon, já dá para abandonar o Spotify e investir na assinatura do Prime? Abaixo, algumas comparações para que você possa tomar a melhor decisão.

Desafio ao Spotify

Para começo de conversa, o Amazon Music não será totalmente livre para o assinante Prime. Para ouvir um disco, por exemplo, ele ainda precisará fazê-lo no modo aleatório. O mesmo vale para playlists — uma tática semelhante à da versão gratuita do Spotify.

A vantagem é que, no Amazon Music, a pessoa não ouvirá anúncios.

Caso queira liberar todos os recursos, deve-se pagar pela versão Unlimited. Além dos R$ 14,90 da assinatura Prime, é preciso desembolsar mais R$ 16,90 mensais.

Mas a principal dúvida de quem procura um serviço de streaming musical é: vou conseguir ouvir os artistas e músicas que eu quero? Nesse sentido, a expansão no Amazon Prime Music para 100 milhões de faixas é realmente significativa.

Como base de comparação, o próprio Spotify, que já teve um catálogo mais modesto, mas que foi expandindo-o gradualmente na sua trajetória rumo à liderança do mercado, informa hoje ter disponíveis mais de 80 milhões de músicas.

Ou seja, dificilmente você deixará de ouvir algum clássico ou um hit do momento por não encontrá-lo.

E as opções de podcasts?

O Spotify já tem alguns podcasts exclusivos de renome, inclusive no Brasil, como o jornalístico "Café da Manhã", parceria com a Folha de S.Paulo, e o programa de entrevistas "Mano a Mano", apresentado pelo rapper Mano Brown.

Nessa categoria, o Amazon Music ainda está comendo poeira. Ele até conta com algumas produções nacionais exclusivas, como o programa de entrevistas "Amazon Music News" e o musical "Rediscover", mas há alguns problemas.

Primeiro, eles são poucos. Segundo, justamente pelo fato de o Amazon Music não ter o tamanho do Spotify, eles não repercutem tanto a ponto de valer uma assinatura. Terceiro, os poucos podcasts exclusivos em português têm um número diminuto de episódios recentes, ou ganham episódios de forma muito esparsa (o "Amazon Music News", por exemplo, é quinzenal).

A reformulação anunciada hoje aposta forte nesse formato, mas o apelo é muito maior para o mercado estrangeiro: o assinante Prime receberá acesso completo ao catálogo da Wondery, produtora que foi adquirida pela Amazon, com hits como "Dr. Death" e "Dirty John" (ambos inspiraram séries de TV). Mas, claro, todos estão em inglês.

Para quem fala o idioma, a proposta pode ser vantajosa. Algumas produções, antes distribuídas em vários canais, passarão a ser exclusiva do Amazon Music, como o podcast de true-crime "MrBallen Podcast: Strange, Dark & Mysterious Stories".

Como é a navegabilidade?

A Amazon tem um histórico lamentável na interface de seus produtos de streaming. O Prime Video sempre pareceu confuso, pouco intuitivo, sem saber facilitar a vida do usuário ou apresentar as novidades no catálogo. Após muitas críticas do público, apenas este ano ele recebeu uma leve reformulação, mas segue muito aquém da rival Netflix.

A boa notícia é que, de forma geral, Amazon Music e Spotify são bastante parecidos nesse quesito — tanto na versão web quanto na mobile.

A má é que o Amazon Music é um pouco menos "clean" e acessível, além de aparentemente carregar mais devagar. Na versão web, o Spotify leva algumas vantagens, como um menu fixo à esquerda, centralizando as opções de navegação. No Amazon Music, ele fica no topo, com menos opções.

Algo especialmente irritante no Amazon Music (e que também acontece no Prime Video) é que, quando se faz uma busca, a plataforma faz sugestões de como completar o termo sendo escrito. O Spotify já vai direto ao ponto: traz as opções de músicas, podcasts, playlists e artistas que comecem com as mesmas letras.

E agora... vale mudar?

No fim das contas, a expansão de benefícios do Amazon Music para assinantes do Prime torna sim o streaming bastante atrativo. Como de praxe, a Amazon leva vantagem pelo tamanho colossal de uma empresa que atua em várias frentes.

O Spotify Premium tem vários planos de assinatura, que vão de R$ 19,90 ao mês na oferta individual a R$ 34,90 mensais na oferta família (que comporta até 6 contas). Para quem gosta de ouvir música, vale a pena assinar para não ter que lidar com os anúncios, poder baixar faixas e escutar quando estiver offline, e selecionar canções específicas dentro de álbuns e playlists.

No entanto, para o ouvinte mais casual e menos seletivo, apenas ter uma assinatura do Prime já torna o app da Amazon uma ótima opção.

Vale lembrar que, antes de tomar qualquer decisão, você pode testar ambas as plataformas de graça.

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