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Hoje tem pico da chuva de meteoros Táuridas do Sul; saiba como observar

Imagem: Getty Images

Marcella Duarte

De Tilt, em São Paulo

04/11/2022 04h00Atualizada em 04/11/2022 13h13

O calendário astronômico de novembro está agitado. O mês acaba de começar e, na noite de sexta-feira (4) para sábado (5), já teremos o pico de uma chuva de meteoros: a Táuridas do Sul.

Apesar de pouco intensa, com até dez "estrelas cadentes" por hora, ela tem um diferencial: é conhecida por gerar meteoros maiores, do tipo "bola de fogo", e coloridos, que podem exibir tons avermelhados, alaranjados e amarelados.

O fenômeno pode ser acompanhado de qualquer parte do Brasil, a olho nu, sem necessidade de instrumentos especiais. Um app ou site de observação astronômica, como Star Walk, Stellarium, Star Chart, SkySafari ou Night Sky, podem ajudar a apontar a área do céu e o horário de visibilidade em sua cidade.

Como observar?

  • O espetáculo celeste começa por volta das 20h, a leste, quando nasce a constelação de Touro (que é o radiante da chuva, por isso o nome dela) e se estende por toda a madrugada.
  • Os meteoros vão parecer convergir nesta constelação, mas podem surgir de qualquer ponto ao redor; não é preciso fixar a visão nela.
  • O melhor horário para observação é por volta da meia-noite, quando o radiante estiver mais alto no céu e a Lua já estiver mais baixa.
  • Acompanhe o movimento da constelação pelo céu (use um app se tiver dificuldades); ela se põe a oeste ao nascer do Sol.
  • O ideal é estar em um local mais alto, com o horizonte desobstruído, e o mais longe possível de poluição luminosa. Basta sentar confortavelmente, de preferência em uma cadeira reclinável, e esperar atentamente.
  • Se não conseguir ver, repita nos próximos dias, que também guardam boas chances de meteoros.
  • Aproveite esta noite para observar, também, a conjunção entre a Lua e Júpiter, que aparecerão bem próximos no céu.

Por que acontece?

A Táuridas acontece todos os anos nesta época, quando a Terra, em seu movimento em torno do Sol, atravessa uma trilha deixada pelo cometa Encke.

Diferentemente da maioria dos cometas, como o Halley, seus detritos são maiores e mais pesados — são seixos e pedras, em vez de poeiras e grãos — e estão bem espalhados. Por isso, explodem bem brilhantes e coloridos quando entram em nossa atmosfera em alta velocidade.

Eta Aquáridas: chuva de meteoros gerada por detritos do cometa Halley, em maio Imagem: Jalyn Photographics

O momento de maior atividade da Táuridas do Sul é na noite do dia 4 de novembro, quando atravessamos a área mais densa e central do rastro, mas a chuva segue ativa até o dia 25 deste mês, cada vez menos intensa.

Este mês, mais uma chuva de meteoros poderá ser vista do Brasil: a Leônidas, com pico entre os dias 17 e 18 de novembro.

O que é um meteoro?

"Meteoro" é o nome do fenômeno luminosos popularmente conhecido como "estrela cadente".

É gerado por pequenos pedaços de rochas e poeira espacial, em geral fragmentos de cometas e asteroides, que queimam ao entrar na atmosfera da Terra.

Os meteoros mais brilhantes são classificados como bolas de fogo (fireball); e os mais explosivos como bólidos.

Todos são inofensivos, pois, em geral, se desintegram bem antes de atingir o solo. Se sobram fragmentos, são pequenos e recebem o nome de meteoritos.

Já um cometa, a grosso modo, é uma enorme bola de gelo sujo, formado por poeira cósmica, partículas rochosas maiores e gases congelados, como amônia, metano e sódio.

Quando se aproxima do Sol, os gases e a poeira ficam flamejantes e são expelidos, criando a cauda característica. É como um caminhão-caçamba, que vai derrubando terra pela estrada.

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