Quantos planetas parecidos com a Terra existem no Universo?
A formação da Terra é considerada um fenômeno extraordinário pelos cientistas. Tanto que eles se dedicam, há tempos, a descobrir se a série de eventos que permitiu a criação do nosso planeta já se repetiu em algum canto do universo.
Por enquanto, astrônomos do mundo inteiro já encontraram no espaço 4.508 objetos que podem ser exoplanetas. Destes, 919 estão confirmados: são realmente planetas localizados fora do Sistema Solar. Destes, 69 são super-terras (planetas com massa maior do que a da Terra) e 12 são terrestres (assim como a Terra e Marte, por exemplo, têm a superfície sólida).
Como já se pode imaginar, esses 81 planetas mais próximos do que se poderia chamar de "irmãos da Terra" não mostram sinais de abrigar vida - em muitos deles, essa possibilidade já foi completamente descartada.
Exemplos de exoplanetas que comovem a comunidade científica são os do sistema solar Gliese 581, localizados a 20 anos-luz da Terra, onde quatro planetas giram em torno de uma estrela anã-vermelha. Um deles, o Gliese 581 c, foi o primeiro exoplaneta possivelmente habitável encontrado na História.
Sua órbita em torno da anã-vermelha localiza-se em uma região parecida com a da Terra em relação ao Sol, ou seja, está em uma zona habitável. Hoje, após análises, já se descobriu que o Gliese 581 c é quente demais para abrigar vida como a da Terra. Por isso, toda a atenção está voltada para o Gliese 581 g: segundo pesquisas, ele também está localizado na zona habitável. Se for um planeta com superfície rochosa, como a Terra, ele poderá ter água em estado líquido - um grande catalisador para o surgimento da vida.
Apesar de termos encontrado menos de 100 planetas semelhantes à Terra, podem existir ao menos 17 bilhões deles apenas na Via Láctea (!), segundo cálculos de astrofísicos da universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Se ampliarmos a pesquisa para qualquer tipo de planeta (como os parecidos com os gasosos do Sistema Solar), os números sobem para cerca de 100 bilhões.
O astrônomo popstar Carl Sagan foi além. A partir da equação de Drake (pioneiro na pesquisa da vida em outros planetas), Sagan estimou que, na Via Láctea, neste momento, podem existir 1 milhão de civilizações com tecnologia para se comunicar conosco. Já existem laboratórios que analisam ondas de rádio vindas do espaço e de outros planetas, mas até agora, nada foi oficialmente encontrado.
Caçar planetas: missão quase impossível
A busca por planetas, habitáveis ou não, é extremamente difícil. Diferentemente de estrelas, que emitem seu brilho a distâncias enormes, os planetas não emitem luz - exceto quando ainda são jovens e estão aquecidos. Além disso, estão muito longe do Sistema Solar, e é preciso telescópios potentes para localizá-los. Para piorar, são ofuscados pelo brilho das estrelas que orbitam.
Para se ter uma ideia dessa procura de agulhas no palheiro, encontrar um planeta no espaço é como estar em Boston, cidade do leste dos Estados Unidos, e achar uma mosquinha rodeando um poste de luz na cidade de San Diego, na costa oeste, a mais de 4 mil quilômetros de distância.
O que é um planeta habitável?
Os cientistas consideram diversos fatores para categorizar um planeta habitável de acordo com os padrões da Terra.
Para começar, é preciso ter atmosfera: são os gases do efeito estufa que mantêm o calor necessário para que a água da superfície fique sempre em estado líquido. Um campo magnético é essencial para proteger a atmosfera de ser destruída por ventos estelares.
Também é necessário um eixo de rotação estável, um campo de gravidade forte o suficiente para que as coisas não saiam simplesmente voando e uma distância em relação à estrela mais próxima bem parecida com a distância entre a Terra e o Sol.
Fontes: livro "Variedades da Experiência Científica", escrito por Carl Sagan, sites Planet Quest - the Search for Another Earth, mantido pela Nasa; Planetary Habitability Laboratory, da Universidade de Porto Rico, em Arecibo; Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics; Space.com e Nasa.gov.
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