Meta demite mais de 11 mil pessoas por email; veja detalhes do desligamento
A Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou nesta quarta-feira (9) a demissão de mais de 11 mil funcionários. O corte representa 13% de toda a equipe contratada pelo grupo.
"Não há uma boa maneira de demitir, mas esperamos fornecer todas as informações relevantes o mais rápido possível e, em seguida, fazer o que pudermos para apoiá-lo. Todos receberão um email em breve informando o que essa demissão significa para você", afirmou Mark Zuckerberg, diretor-executivo da Meta, em comunicado enviado aos colaboradores.
No Brasil, os profissionais receberam o aviso de demissão momentos após a publicação da mensagem do CEO.
"Quero assumir a responsabilidade por essas decisões e por como chegamos aqui. Eu sei que isso é difícil para todos, e lamento especialmente os afetados", disse Zuckerberg. Essa é maior baixa no quadro de funcionários desde a sua fundação, em 2004, quando ainda se chamava Facebook.
Como a demissão vai funcionar
Procurada por Tilt, a Meta não divulgou detalhes oficiais de como as demissões acontecerão no Brasil.
Nos Estados Unidos, o grupo informa que:
- Pagará 16 semanas de salário base mais duas semanas adicionais para cada ano de serviço
- O Seguro de saúde será pago para ex-funcionários e familiares por seis meses
- Disponibilizará três meses de suporte para reposicionamento de carreira -- com um fornecedor externo, incluindo acesso antecipado a oportunidades de trabalho não publicadas.
Por que a Meta está demitindo?
Zuckerberg afirma que a Meta precisa ajustar as contas. O grupo aumentou significativamente os investimentos nos últimos tempos, mas o retorno não tem sido como o executivo esperava.
"Não apenas o comércio online voltou às tendências anteriores [da pandemia de covid-19], mas a desaceleração macroeconômica, o aumento da concorrência e a perda de sinal de anúncios fizeram com que nossa receita fosse muito menor do que eu esperava. Eu entendi errado, e assumo a responsabilidade por isso", explicou.
Além da demissão em massa, a Meta:
- Congelou novas contratações ao longo do primeiro trimestre de 2023.
- Transferiu mais recursos para um número menor de áreas consideradas de alta prioridade: como nosso mecanismo de descoberta de IA, anúncios, plataformas de negócios e metaverso.
- Reduziu orçamentos e gastos com infraestruturas imobiliárias.
Vale lembrar que as ações da Meta caíram mais de 70% neste ano, após o Facebook reportar a primeira queda em usuários ativos diários em 18 anos, um reflexo da queda de popularidade da rede social entre os mais jovens, que estão migrando para o TikTok.
A empresa apontou o cenário econômico como principal fator, mas os investidores também ficaram cautelosos diante dos gastos da companhia e ameaças ao principal negócio do grupo, as redes sociais.
Mudanças na política da Apple envolvendo a coleta de dados de usuários para segmentar anúncios impactaram o lucro da Meta, cuja receita vem muito de publicidade. Na prática, a dona do iPhone passou a exigir que apps peçam permissão para rastrear os internautas. Se a pessoa não quiser, é só informar que suas informações não podem ser usadas.
Investimento no Metaverso
Em outubro do ano passado, a empresa trocou o nome de Facebook para Meta e investiu bilhões de dólares na criação de um metaverso — um mundo virtual que usa realidade aumentada, em que as pessoas poderiam trabalhar, socializar e jogar.
O colunista do UOL José Roberto de Toledo disse que a demissão pode sinalizar uma crise profunda das grandes empresas de tecnologia. "Claro que não é só a Meta que tem sofrido com isso, mas, nessa proporção, ninguém tinha visto ainda uma crise dessa indústria das big techs", disse.
As demissões e outras medidas de contenção de gastos agradaram investidores, e a ação da companhia subia 3,88% no pré-mercado das bolsas de Nova York, às 08h31 (de Brasília).
"Este é um momento triste, e não há como contornar isso. Para aqueles que estão partindo, quero agradecer novamente por tudo que você colocou neste lugar. Não estaríamos onde estamos hoje sem seu trabalho duro, e sou grato por suas contribuições", destaca um trecho do comunicado.
*Com texto de Anna Satie e informações do Estadão Conteúdo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.