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App da Copa do Mundo pode rastrear usuário; 'não baixe', recomendam experts

Aplicativo Hayya para a Copa do Mundo 2022 no Catar - Divulgação/FIFA
Aplicativo Hayya para a Copa do Mundo 2022 no Catar Imagem: Divulgação/FIFA

Simone Machado

Colaboração para Tilt, em São José do Rio Preto (SP)

16/11/2022 13h42Atualizada em 16/11/2022 14h40

Dois aplicativos oficiais da Copa do Mundo do Catar representam sérios riscos de privacidade e segurança aos usuários, segundo especialistas em proteção de dados europeus. Em uma mensagem direcionada aos apaixonados por futebol, os especialistas pedem para que as pessoas não baixem os aplicativos, já que eles "representam um enorme risco à privacidade".

Segundo informações do site Político Pro, o governo do Catar solicitou que todos os estrangeiros que visitarem o país durante os jogos baixem o app oficial da Copa do Mundo Hayya e aqueles que precisarem de atendimento médico tenham o aplicativo de rastreamento de infecções Ehteraz.

Ambos foram rotulados por especialistas em tecnologia como "spyware" porque fornecem às autoridades do Catar amplo acesso aos dados das pessoas, bem como o poder de ler, excluir ou alterar o conteúdo e até mesmo fazer chamadas.

Spyware é o nome dado ao software destinado a coletar dados de um computador ou dispositivo móvel e encaminhá-los a terceiros sem o consentimento ou o conhecimento do usuário.

Em um comunicado emitido ontem, especialistas alemães disseram que os dados coletados por esses dois aplicativos criados pelo Catar "vão muito além" do que indicam os avisos de privacidade dos apps.

"Um dos aplicativos coleta dados sobre o número em que uma ligação telefônica é feita. Já o outro aplicativo impede ativamente que o celular entre no modo de suspensão. Também é óbvio que os dados usados pelos aplicativos não apenas permanecem localmente no dispositivo, mas também são transmitidos para um servidor central", disse a autoridade alemã.

Ainda segundo os especialistas alemães, se for "absolutamente necessário" que o usuário baixe os aplicativos, que isso seja feito em um aparelho vazio, que não possua dados e informações importantes do usuário.

Esse não foi o primeiro comunicado de especialistas em proteção de dados europeus alertando sobre os perigos de baixar os aplicativos do Catar. Especialistas noruegueses e franceses já haviam feito alertas semelhantes.

Na segunda-feira (14), um especialista norueguês disse que estava "alarmado" com o amplo acesso que os aplicativos exigem. "Existe uma possibilidade real de que os visitantes ao Catar, e especialmente os grupos vulneráveis, como torcedores, sejam monitorados pelas autoridades daquele país", afirmou.

A agência francesa disse que os torcedores que forem ao país acompanhar os jogos devem ter um "cuidado especial" com fotos e vídeos armazenados, e recomenda que os viajantes instalem os aplicativos pouco antes da partida e os excluam assim que retornarem à França.

"Na França, graças ao Regulamento Geral de Proteção de Dados, todos os aplicativos devem garantir os direitos fundamentais dos indivíduos e a proteção de seus dados. Este não é o caso no Catar", twittou o ministro francês Jean-Noël Barrot, referindo- se as diretrizes do regulamento de privacidade do país.

O governo do Catar não respondeu os questionamentos feitos pelo site europeu. O Google e a Apple, cujas lojas online abrigam os aplicativos, também não se manifestaram sobre o assunto, segundo o Político Pro.

Quase 1,5 milhão de visitantes são esperados no Catar para a Copa do Mundo, que acontece de 20 de novembro a 18 de dezembro.

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